Hermès cria jogo imersivo e transforma a região do Pier 36, em Nova York, em um espaço de mistério, imaginação e herança. A marca francesa lançou uma instalação intitulada “Mystery at the Grooms’”, que convida o público a desvendar o paradeiro de cavalos desaparecidos em um ambiente fictício onde vivem tratadores, aqueles que cuidam dos animais, não noivos. A experiência brinca com a origem equestre da Hermès, que começou em 1837 como fabricante de arreios e selas.
Aberta até o dia 29 de junho, a instalação é gratuita e já atraiu mais de 25 mil inscrições. O jogo é ambientado em uma residência fictícia onde vivem os grooms, mas os cavalos sumiram. Cabe aos visitantes encontrá-los, escondidos em ambientes meticulosamente construídos, um convite lúdico para explorar o universo criativo e artesanal da marca.
Seis salas, sete minutos e um detetive com nome emblemático
O percurso tem seis salas, e os jogadores têm sete minutos em cada para encontrar até cinco cavalos escondidos. Uma trilha de ferraduras os guia de ambiente em ambiente. A missão é conduzida pela voz do detetive Mr. Honore, uma referência à Rue du Faubourg Saint-Honoré, endereço da primeira loja Hermès em Paris. Enquanto os visitantes exploram o local, Mr. Honore dá dicas e comenta o avanço da investigação.
A narrativa foi cuidadosamente roteirizada para misturar mistério e humor. Um cavalo pode estar atrás de uma cenoura no celeiro, outro sob uma bandeja de prata ou escondido em um painel que só abre com um botão secreto. Um está impresso em um moletom amarelo no meio de uma esteira repleta de camisas brancas. Nada é óbvio e tudo convida à atenção aos detalhes.
Imersão sensorial e referências à identidade da marca
Cada ambiente foi projetado para exibir os 16 métiers (categorias de produto) da Hermès. Os visitantes encontram desde roupas masculinas e femininas até lenços, calçados, louças, fones de ouvido e pranchas de surfe. Os objetos não estão à venda, mas foram posicionados como parte do cenário, reforçando o caráter simbólico e artístico da experiência.
No dormitório, por exemplo, os cobertores exibem estampas equestres, enquanto na sala de jantar, cenouras substituem facas e aparecem também como velas. A instalação brinca com códigos visuais clássicos da marca e com o imaginário infantil, promovendo uma interação leve e inesperada com os produtos.
Hermes cria jogo com Humor, leveza e um prêmio no final
A presidente da Hermès nos EUA, Diane Mahady, afirmou que a proposta é simplesmente “espalhar alegria”. Segundo ela, não há produtos à venda nem objetivos comerciais diretos. A marca deseja apenas proporcionar uma hora de escapismo, em que adultos e crianças possam rir, se perder e se divertir.
Ao final, quem encontrar todos os cavalos escondidos é presenteado com um caderno e um livro de colorir. Mais do que brindes, os itens reforçam a continuidade da experiência após o jogo, transformando o visitante em parte da narrativa da marca.
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Da China a Paris: um tour global que reforça o legado da Hermès
O projeto teve estreia em Xangai, passou por Tóquio e Cingapura, e encerrará sua jornada em Paris, cidade natal da maison. Essa circulação global reforça o compromisso da Hermès com a experiência como linguagem de marca, ela oferece memória, gesto e sensação.
Segundo Pierre-Alexis Dumas, diretor artístico da Hermès, “jogar é estar junto. O jogo é movimento, liberdade, imaginação, fantasia, leveza… e o cavalo é nosso primeiro companheiro nesse terreno criativo”. Essa visão sintetiza o espírito da instalação: lúdico, coletivo e profundamente conectado ao DNA da marca.
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