A Maison Margiela apresentou a primeira edição do Tabi Collector’s Series, uma reinterpretação anual do icônico calçado da casa francesa. O modelo inaugural, intitulado Broken Mirror, surge como uma edição limitada que celebra o artesanato de excelência e o espírito vanguardista que define a marca desde sua criação.
Desde sua estreia em 1988, o Tabi permanece como um dos símbolos mais reconhecíveis da Margiela. Criado originalmente por Martin Margiela, o design com o característico corte no bico, inspirado nas tradicionais meias japonesas tabi, tornou-se um manifesto de desconstrução e ousadia estética. Décadas depois, o modelo continua a ser reinventado sob novas perspectivas artísticas, reafirmando seu status de ícone da moda contemporânea.
A herança artesanal da Maison Margiela
Cada par do Tabi é produzido por uma equipe de onze mestres artesãos, que traduzem o legado da casa em precisão e cuidado manual. O processo, marcado por técnicas tradicionais e experimentais, reflete o compromisso da Margiela em transformar a moda em uma expressão artística.
No Tabi Collector’s Series, essa tradição ganha um novo capítulo. A linha foi concebida como uma plataforma anual para reinterpretar o design original por meio de edições limitadas, sempre inspiradas em elementos emblemáticos da história da Maison. A edição Broken Mirror é a primeira dessa série e presta homenagem ao tratamento de superfície introduzido pela marca em sua coleção Artisanal Outono/Inverno 2015, reconhecida por mesclar moda e arte de maneira quase escultórica.
O brilho do reflexo e a arte da imperfeição
A estética do Broken Mirror nasce da própria identidade visual da Maison Margiela, na qual o reflexo metálico e os tons prateados desempenham papel essencial. O couro do calçado é revestido com uma grade prateada que se fragmenta de forma sutil, revelando as camadas do material original e evocando o tempo e o desgaste como componentes estéticos.
Mais de 8.000 miçangas de vidro, lantejoulas e detalhes metálicos compõem manualmente o bordado das botas, formando um mosaico de luz e distorção. Cada fragmento, cortado a laser em diferentes tonalidades, é disposto para simular a superfície rachada de um espelho envelhecido. A variação de brilho e textura cria uma profundidade visual que transforma o calçado em uma verdadeira peça de coleção.
Entre moda, arte e cinema
Para celebrar a criação do Tabi Broken Mirror, a Maison Margiela apresentou um curta-metragem dirigido pelo cineasta e artista visual italiano Yuri Ancarani. O filme acompanha o processo de concepção do calçado, do esboço inicial à forma final, destacando a jornada simbólica do Tabi como uma obra de arte viva.
Com essa produção audiovisual, a Margiela reforça sua tradição de unir moda e narrativa visual. Assim como nas colaborações anteriores da Maison, o vídeo busca provocar o olhar e convidar o espectador a refletir sobre o significado de criar, preservar e reinterpretar um ícone.
Uma edição limitada para colecionadores
O Tabi Broken Mirror será produzido em apenas 25 pares em todo o mundo, tornando-se uma das edições mais exclusivas da história da marca. A coleção estará disponível em lojas selecionadas a partir de 30 de outubro de 2025, reforçando seu caráter de objeto de desejo entre colecionadores e apreciadores da alta moda.
Além do aspecto estético, o lançamento reafirma a postura da Maison Margiela em transformar o ato de vestir em um gesto artístico. Ao explorar o conceito de imperfeição como beleza e o reflexo como metáfora, a marca continua a expandir seu diálogo entre tradição e experimentação.
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O legado contínuo do Tabi
Mais do que um calçado, o Tabi simboliza a essência da Margiela: o equilíbrio entre o anonimato do criador e o protagonismo da forma. Ao longo dos anos, o modelo foi reinterpretado em versões que vão do couro clássico a materiais reciclados e colaborações com artistas e designers contemporâneos.
Com a estreia do Tabi Collector’s Series, a Maison reforça a relevância de seu design mais icônico e reafirma seu papel como uma das vozes mais inovadoras da moda. O Broken Mirror não é apenas uma releitura estética, mas um manifesto sobre tempo, transformação e o poder simbólico da imperfeição, conceitos que continuam a moldar o universo criativo da Margiela.
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