A cidade de Nápoles reafirma sua vocação para unir arte e mobilidade urbana com a inauguração da estação Monte Sant’Angelo, concebida pelo artista britânico Anish Kapoor. Parte do projeto das “estações de arte” que transformaram o metrô napolitano em referência mundial de arquitetura e design público, o novo espaço foi aberto em setembro e já é considerado uma das intervenções urbanas mais impactantes da Europa.
Com estrutura monumental e atmosfera imersiva, a estação conecta o campus universitário da Federico II à malha subterrânea da cidade. O projeto integra a linha 1 e simboliza o encontro entre engenharia, arte contemporânea e experiência sensorial, marcando mais um capítulo da relação entre Nápoles e grandes nomes da arte mundial.
Um marco arquitetônico no metrô de Nápoles
A Monte Sant’Angelo segue a tradição de transformar o transporte público em museu a céu aberto, conceito que já rendeu fama internacional ao metrô napolitano, considerado um dos mais belos do mundo. Desde o início dos anos 2000, o sistema vem sendo revitalizado com projetos assinados por artistas e arquitetos como Oscar Tusquets Blanca, Karim Rashid e Alvaro Siza.
Com Kapoor, o conceito atinge uma nova escala. A estação foi desenhada para provocar sensações espaciais e reflexivas, com volumes escavados e superfícies espelhadas que distorcem a percepção do espaço. O visitante é convidado a mergulhar em um ambiente que mistura mistério, luz e monumentalidade, elementos característicos da obra do artista.
O universo de Anish Kapoor aplicado ao espaço público
Conhecido por suas esculturas monumentais e superfícies polidas, Anish Kapoor trouxe para Nápoles o mesmo vocabulário visual que o consagrou em obras icônicas como Cloud Gate (em Chicago) e Sky Mirror (em Nottingham). Em Monte Sant’Angelo, ele cria uma arquitetura-escultura em que o espaço deixa de ser apenas funcional e se torna uma experiência emocional.
Os corredores revestidos em materiais reflexivos e a geometria das aberturas criam ilusões óticas e sensações de vertigem. O jogo entre pleno e vazio, luz e sombra, faz da estação um percurso quase espiritual, uma marca constante na trajetória do artista.
Entre arte, urbanismo e cotidiano
Mais do que um espaço de passagem, a nova estação se torna um símbolo do diálogo entre arte e vida urbana. Para Nápoles, esse tipo de projeto consolida o papel da cidade como laboratório cultural e arquitetônico, em que o transporte público se converte em ferramenta de regeneração estética e social.
O impacto da Monte Sant’Angelo também é prático: a estação amplia o acesso à área universitária e reduz o tempo de deslocamento entre bairros periféricos e o centro histórico. Assim, o projeto combina função e contemplação, comprovando que design e mobilidade podem coexistir em harmonia.
Veja também: V&A East Museum Londres inaugura novo hub criativo em 2026.
Nápoles, uma galeria subterrânea em expansão
Com a chegada da Monte Sant’Angelo, o sistema de metrô de Nápoles passa a contar com mais de 20 estações artísticas, cada uma concebida por um artista ou arquiteto de renome. A cidade transforma seu subsolo em galeria pública, onde obras de arte convivem com o fluxo diário de passageiros.
Projetos como esse reforçam a visão de que infraestrutura também pode ser cultura. Ao convidar Anish Kapoor, Nápoles reafirma seu compromisso com a arte como elemento de identidade urbana, e inspira outras metrópoles a repensarem a beleza nos espaços de uso coletivo.
Ah, se você curte conteúdo sobre moda e lifestyle, acesse o nosso canal do Youtube com a Fabíola Kassin.
