NYFW proíbe pele a partir de 2026 e redefine o futuro da moda americana

Decisão histórica do CFDA coloca a New York Fashion Week no centro das discussões sobre ética, sustentabilidade e inovação de materiais.

NYFW proíbe pele a partir de 2026 e redefine o futuro da moda americana
Foto: Reprodução

A notícia de que a NYFW proíbe pele marca um ponto de inflexão na indústria da moda. O CFDA (Council of Fashion Designers of America), responsável pelo calendário oficial da New York Fashion Week, anunciou que nenhum evento listado na programação poderá apresentar pele animal a partir de setembro de 2026.

A decisão, construída em parceria com Humane World for Animals e Collective Fashion Justice, reforça a posição da semana de moda mais midiática dos Estados Unidos como agente de mudança em debates éticos e ambientais. Embora a presença de peles já fosse mínima nas últimas temporadas, a formalização da regra cria um precedente poderoso para designers, marcas e consumidores.

Nota da redação
Esta é a primeira vez que uma grande semana de moda americana estabelece uma proibição formal, alinhando-se a movimentos já adotados em Londres e Copenhague.

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Por que a NYFW proíbe pele e o que muda em 2026

O CFDA determinou que a política entrará em vigor a partir das coleções Spring/Summer 2027. Isso significa que ainda será possível ver peles nas passarelas de fevereiro de 2026, mas o material estará oficialmente banido no segundo semestre.

Ao anunciar que a NYFW proíbe pele, a entidade deixa claro que o objetivo é incentivar designers a repensar o impacto da moda sobre os animais e o meio ambiente. O CEO Steven Kolb reforçou que poucas marcas ainda utilizam peles, mas que a regulamentação oficial simboliza um compromisso ético.

A proibição abrange peles provenientes de animais criados ou caçados exclusivamente para esse fim, como raposa, mink, chinchila, coelho e raccoon dog. A exceção fica para materiais obtidos por comunidades indígenas através de práticas tradicionais de caça, reconhecidas por sua relevância cultural.

A medida também acompanha o comportamento do consumidor, cada vez menos disposto a investir em produtos associados à crueldade animal, e mais aberto a materiais tecnológicos, de origem vegetal ou sintética de alto desempenho.

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Como a decisão afeta marcas, desfiles e o mercado americano

Com a confirmação de que a NYFW proíbe pele, muitas marcas que já abandonaram o material, como Coach e Michael Kors, veem a decisão como apenas uma formalização do que já era prática corrente.

Por outro lado, marcas que utilizam shearling ou couro não serão afetadas pela nova diretriz. O CFDA esclareceu que o foco está apenas na pele destinada exclusivamente ao uso fashion, e não em materiais provenientes de cadeias alimentares.

Nos últimos anos, PETA já havia realizado protestos durante desfiles da Coach, ironicamente não por peles, mas por couro. Isso revela que o debate ético continuará em evolução, mesmo com a nova política da NYFW.

Enquanto isso, o setor de inovação em materiais ganha destaque. Empresas focadas em alternativas como biotêxteis, couro de micélio, fibras regenerativas e peles sintéticas premium devem se beneficiar da mudança.

“São políticas como essa que impulsionam a inovação e demonstram que é possível avançar sem abrir mão de criatividade e beleza”, afirmou PJ Smith, diretor de políticas de moda da Humane World for Animals.

Leia também: Chanel Métiers: desfile toma o metrô de Nova York em 2025.

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O impacto global agora que a NYFW proíbe pele

A confirmação de que a NYFW proíbe pele posiciona Nova York ao lado de Londres e Copenhague como polos que adotam diretrizes rígidas sobre o tema. Já Milão e Paris continuam permitindo o uso de peles, embora diversas maisons, como Gucci e Chanel, tenham banido o material desde 2018.

A decisão também pressiona outras semanas de moda a acelerarem discussões internas. Segundo a Collective Fashion Justice, a expectativa é que conselhos de moda europeus sigam o movimento americano, sobretudo diante do interesse crescente dos consumidores por marcas socialmente responsáveis.

Para o CFDA, a mudança está alinhada ao momento atual: o prêt-à-porter cresce, as categorias de acessórios seguem fortes e o consumidor americano busca marcas com propósito claro. Kolb reforça que a missão é proteger a integridade criativa sem comprometer o bem-estar animal ou o meio ambiente.

Ao adotar uma diretriz definitiva, a NYFW reforça sua influência global e sinaliza que o futuro da moda passa por um ecossistema mais limpo, tecnológico e transparente.

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