A Maison suíça recupera um dos exemplares mais complexos de sua história durante seu 150º aniversário.

O relógio Grosse Pièce acaba de retornar ao lugar onde sua história começou. A Audemars Piguet adquiriu, em um leilão da Sotheby’s em Nova York, uma das peças mais complexas já produzidas pela Maison. O movimento coincide com as celebrações de 150 anos da marca e reforça sua dedicação à preservação de marcos da relojoaria.
Fabricado em ouro 18 quilates, o relógio Grosse Pièce foi encomendado em 1914 e concluído em 1921, período em que a Vallée de Joux consolidava sua reputação como berço dos grandes complicadores mecânicos. A peça integra o prestigiado Olmsted Complications Collection e retorna agora a Le Brassus como símbolo da herança técnica da marca.
Para colecionadores e historiadores, a aquisição representa um acontecimento raro que reconecta a Audemars Piguet a um capítulo decisivo de seu legado.

O reaparecimento do relógio Grosse Pièce
O relógio Grosse Pièce permaneceu fora do olhar público por mais de seis décadas. Após sua entrega, em 1921, a peça só reapareceu em registros fragmentados, fotografias antigas e anotações de arquivo. Foi apenas nos anos 1990 que o modelo voltaria a ser identificado, despertando interesse por sua complexidade e pela precisão com que integra múltiplas funções mecânicas.
A redescoberta reforçou o valor histórico da peça. Considerado um testemunho do antigo sistema de établissage da região da Vallée de Joux, o relógio reúne técnicas de diferentes artesãos especializados, que colaboravam na construção de movimentos altamente sofisticados.
O retorno da peça ao acervo da Audemars Piguet marca uma reconexão com esse processo tradicional, que moldou a reputação da Maison no início do século XX.

O que torna o relógio Grosse Pièce tão complexo
O relógio Grosse Pièce divide o título de peça mais complicada da Audemars Piguet com o célebre “Universelle”, de 1899. Ambos possuem 19 complicações, mas o modelo recém-adquirido incorpora um dos conjuntos astronômicos mais completos que a marca já produziu.
Entre as funções, estão: repetição de minutos, grande e pequena sonnerie, cronógrafo, calendário perpétuo, fases da lua, equação do tempo e o único tourbillon de bolso da Maison naquele período. Outro destaque é o mapa celeste representando o céu de Londres, composto por 315 estrelas.
Essa combinação o posiciona como uma peça de referência para quem estuda evolução mecânica, astronomia aplicada à relojoaria e marcos históricos da manufatura suíça.
Nota da redação
A função de carta celeste presente no relógio é considerada um dos mecanismos astronômicos mais sofisticados já aplicados a relógios de bolso, devido à precisão do movimento sideral e ao nível de detalhamento das constelações.

O significado da aquisição para a Audemars Piguet
A compra do relógio Grosse Pièce reforça o compromisso da marca com a preservação de sua história e com a valorização de peças que representam momentos-chave de sua produção. Segundo a Maison, a aquisição permitirá estudar o mecanismo, documentar processos e aprofundar a compreensão sobre métodos tradicionais de complicação.
O relógio fará parte de uma turnê internacional pelas AP Houses e por eventos especiais, oferecendo ao público uma rara oportunidade de observar de perto um exemplar que influenciou gerações de relojoeiros. Depois da apresentação global, a peça será exibida de forma permanente no Musée Atelier Audemars Piguet, em Le Brassus.
Para o diretor de Patrimônio e Museu, Sebastian Vivas, o retorno do modelo ao acervo é um “momento histórico para colecionadores e entusiastas”, reforçando a importância de preservar artefatos que contam a evolução da relojoaria.
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Como o relógio Grosse Pièce reposiciona o legado da Maison
A aquisição do relógio Grosse Pièce vai além de um movimento simbólico. Ela reafirma a centralidade da herança mecânica para a identidade contemporânea da Audemars Piguet, que combina inovação, precisão e preservação cultural.
A peça passa a funcionar como ponto de referência para novas pesquisas, para o desenvolvimento de complicações futuras e para a compreensão das origens técnicas da Maison. Para o mercado, é também um lembrete de como a tradição continua sendo um dos pilares mais valorizados no universo da alta relojoaria.
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