A Semana de Moda de Paris, considerada a principal da temporada, a cidade é a última encerrando o ciclo de desfiles para a temporada de Primavera/Verão 2023. O evento na cidade francesa vai até a terça-feira que vem, no dia 04/10.
Incluindo apresentações de grandes marcas como Saint Laurent, Balmain, Loewe, Schiaparelli, Rick Owens, Balenciaga, Hermès, entre outras. A designer britânica Victoria Beckham desfilará pela primeira vez em Paris, após apresentar as suas coleções em Londres e Nova York em temporadas passadas.
Outras marcas realizarão suas estreias nas passarelas francesas, incluindo a A.W.A.K.E. Mode, assim como a australiana Zimmermann. A marca francesa Weinsanto, também uma das recém-chegadas, dando início aos desfiles. Confira os principais destaques da Paris Fashion Week:
Botter
Rushemy Botter, diretor criativo da marca, traz uma alfaiataria easy, bem solta do corpo, com uma pegada esportiva.
Vaquera
Abrindo a semana de moda ontem, a Vaquera trouxe uma coleção que misturou a estética navy e elementos college. Ao lado de muito prata, looks colantes e até mesmo jeans com lavagens mais envelhecidas.
Dior
Fiel a sua narrativa, usando e abusando do uso de rendas em diversas texturas, Maria Grazia, prossegue com sua estética particular. Com uma boa alfaiataria, mais folgada e com pegada oriental. A camisaria também é se destacou, com modelagem despojada e mangas bufantes.
Anrealage
Kunihiko Morinaga, atual diretor criativo da marca propõe uma coleção colorida, com bastante patchwork. Apresentando diversas texturas exclusivas.
Saint Laurent
Vacarello apresenta looks com uma estética bastante inspirada nos anos 80. Incluindo tendências icônicas como ombros marcados e silhuetas alongadas. O designer mostra equilíbrio quando contrapõe o poder e força dos casacos, de cortes retos com os drapeados, de feminilidade muito segura, sexy e assertiva na mesma coleção.
Balmain
Apresentou uma coleção bastante artesanal, de peças com visual impactante. Com detalhes orgânicos, tribais e artesanais. Looks feitos de complexas tranças de tecido, tramas abertas, silhuetas alongadas, transparencias sexys e até mesmo drapeados inesperados.
Undercover
Jun Takahashi arrasa com coleção que alia peças mais folgadas do cotidiano, a um mood conceitual. O designer inverte a posição das peças, com sua já tradicional desconstrução e ao criar fendas estratégicas em peças básicas, traz um ar de novidade sem muito esforço.
Dries van Noten
Coleção leve e fresca apesar do inicio com vários looks em preto, Dries, faz desfile com a cara da estação. Apostando em looks estampadíssimos com florais ultracoloridos, em contraste com tons mais claros. Além de muitos babados e frufrus em saias e camisas.
Acne Studios
Jonny Johansson brinca com a altura dos decotes e com as formas das peças, propondo uma estação muito leve. Com cores fofas, maxipaletós, ótimas peças em xadrez vichy, couro desgastado e muita transparência.
Schiaparelli
Daniel Roseberry apresenta peças simples, mas que impactam pelos pequenos detalhes. As cores são firmes e os botões e estampas douradas se destacaram! Os decotes e o mood de alguns looks lembram a estética dos anos 90.
Chloé
Gabriela Hearst apresenta coleção chiquérrima, polida, com mood clean e pouquíssimas inserções de seus famosos looks em handmade. Tudo é super despojado, com muitas peças de alfaiataria bem soltas no corpo e vestidos mais curtos.
Ludovic de Saint Sernin
Com um boa proposta no gender, Ludovic flerta com a moda fetichista, apresentando saias rodadas, curtas e midi. As transparências são delicadas e sensuais trazendo um clima dinâmico ao desfile.
Rick Owens
Apresentando a sua habitual super heroína pós apocalíptica, com suas botas imensas e diferentonas, Rick investe em cores vibrantes e vestidos volumosos. Brilhos, transparências e peças mais orgânicas também fazem parte da coleção.
Off-White
Com coleção incrível e inteligente, unindo peças inspiradas na estética “motocross” e jeans com lavagens bem diferentes, a marca mostra que pode sim, sobreviver sem perder a memória. Respeitando o legado deixado por Virgil Abloh.
Isabel Marant
Descomplicada, Marant traz o seu estilo já conhecido, mas sem os excessos de coleções passadas. Introduzindo peças com pegada utilitária, cheias de bolsos e vestidos modernos.
Coperni
Coleção super jovem, prática, mega moderna e com looks ultrasexys. A marca traz a maior inovação desde o vestido pintado de McQueen e crava seu nome na história da moda: um vestido foi feito do zero, no corpo de Bella Hadid através de um processo químico que se transforma em contato com a pele.
Loewe
A marca apresentou um desfile leve, divertido sem perder sua vibe experimental e conceitual. Os looks pixelados imitando o visual do jogo Minecraft fortaleceram ainda mais o conceito de inovação relacionado à marca atualmente.
Issey Miyake
Com desfile homenagem e apostando em fibra natural para evitar o uso do petróleo, a marca traz uma nova coleção com peças esculturais. Cores neutras variadas, fizeram parte de um mood clean e minimalista. Contrastando com os looks cheios de texturas e relevos tridimensionais.
Giambattista Valli
Menos caótico dessa vez, Valli trouxe alguns vestidos curtos mais simples. Também incluindo peças festivas, demonstrando uma maturidade maior ao apresentar itens menos dramáticos e mais possíveis.
Victoria Beckham
A inglesa retorna a Paris, mostrando uma ótima alfaiataria, com cortes na medida certa e ótimas cores. Os vestidos destoaram um pouco do resto da coleção.
Yohji Yamamoto
Com seus famosos looks total Black, Yohji sempre experimental , trouxe looks desconstruídos, brincando e esculpindo diferentes peças. Tirando golas do lugar, desestruturando suas criações e assim propondo novas formas e conceitos.
Andrew Gn
Coleção bastante colorida e cheia de estampas. Andrew aciona peças e cortes vindos dos anos 60 e 70 e deixa o fator extravagância para as estampas psicodélicas da coleção. Apesar de utilizar um mood complicado, o designer encontra o meio do caminho e traz vestidos super chiques, com um apelo mega comercial.
Valentino
Pierpaolo, mostra coleção equilibrada, polida e chique, trazendo sempre um ar de novidade sem muito esforço. A coleção é bem distribuída, com vestidos curtos, alongados, saias midi e muita camisaria oversized.
Hermès
Nadège Vanhee-Cybulski, diretora criativa, tem conseguido rejuvenescer os desfiles da Hermès. Ela traz looks criados artesanalmente, peças com uma pegada leve e esportiva, além de estampas variadas.
Junya Wantabe
O designer faz um exercício de desconstrução de camisaria e alfaiataria, criando um ar de leveza e novidade.
Ann Demeulemeester
Traz seu clássico mood roqueiro do cabelao bagunçado e looks em preto e branco com silhuetas alongadas, bastante práticas.
Comme des Garçons
Retorna ao calendário, com desfile ultranconceitual, incluindo peças que parecem casulos de tecido e sugerem proteção, acolhimento. É uma coleção que extrapola a noção de moda e traz uma visão muito particular da criadora, Rei Kawakubo. Não são peças de roupa. São verdadeiras obras de arte.
Vivienne Westwood
Andreas Khontraler vem com um desfile envolvendo elementos já muito comuns ao universo da marca: silhuetas mais sensuais, com looks volumosos, recortes e decotes divertidos, que quase parecem fantasias customizadas.
Givenchy
O refresh proposto por Matthew Williams, o atual diretor criativo, é válido mas o mood street em conjunto com as peças mais sofisticadas acaba destoando. Os looks com mood mais urbano trazem a Givenchy pra vida real, criando um diálogo tímido com a geração Z.
Balenciaga
Demna segue o mesmo esquema de sempre: aposta em peças simples, oversized, vestidos justos e mais alongados. Os conjuntos de casacos canguru com shortinhos, da mesma cor, vem com cara de peça desejo.
Thom Browne
Browne traz um desfile lúdico, com leve inspiração ao high school americano e seus principais símbolos. Os blazers e vestidos com estampas ultracoloridas de poá destacaram-se entre os looks.
Stella Mccartney
Stella apresenta coleção bonita e comercial, ainda sim respeitando seu DNA. Colorida, leve e com alfaiataria no ponto certo, usa e abusa de referências ao sportswear, assimetrias e brilho.
Sacai
A coleção brinca de descontruir blazers, trench coats e ampliar as camisas, porém de forma muito redonda, certinha. É tudo muito polido, correto demais. Falta uma pouco de coração e coragem pra se arriscar na proposta que trouxeram.
Zimmermann
Coleção colorida, leve, delicada, bonita e com um bom equilíbrio de volumes e comprimentos. As peças apresentam estampas bonitas e frescas, com muitos babados e listrados coloridas que são a cara da estação.
Az Factory
Coleção bastante coesa, com peças super funcionais e ótimas estampas. A camisaria tem babados interessantes. Os jeans crus, sem lavagem são chiques e tem tudo para bombar na próxima estação.
Miu Miu
Com muito nylon, couro e um jeans com ótimo tingimento envelhecido, Miuccia aposta no simples, causando um efeito impactante. Com muitos looks esportivos, sobreposições e até mesmo bordados delicados que contrastam com blazers mais soltos no corpo, que aliás veio p ficar.
Louis Vuitton
Ghesquiére quis inovar e resolveu maximizar tudo, desde as maxibolsas até maxizíper , com peças hiper exageradas, muito couro, tons camelo e máxi logotipo, brincando muito com peça em couro.
Lanvin
Coleção de Bruno Sialeli, diretor criativo da marca, é pouco inspirada e investe em excesso na alfaiataria. Mesclada a vestidos bordados que destoam entre as outras peças e alguns truques de styling batidos.
Yeezy
Kanye traz coleção “wannabe” Balenciaga, com formas simples. Ele brinca de inverter a posição das coisas, faz roupas que mais parecem trapos e agasalhos com um aspecto sujo, porém o efeito desejado não é alcançado. Celebridades como Kristen MacMenamy e Naomi apareceram irreconhecíveis na apresentação polêmica que levantou críticas graças às peças com a estampa “white lives matter”, bem desnecessário e mal explicado, até agora não se sabe o que ele quis com isso.
Chanel
Virginie evolui timidamente e oscila muito nessa coleção. Alguns looks são simpáticos, mas ainda muito datados e congeladas no tempo. O poá em couro, os vichys em cores leves e a estampa de mini camélias são adoráveis, mas, infelizmente, traz o mesmo de sempre.