Milan Fashion Week: destaques da temporada de Fall/25

GUCCI, DSQUARED2, ALBERTA FERRETTI, JIL SANDER, DIESEL, FENDI, PRADA, EMPORIO ARMANI, ROBERTO CAVALLI, MM6 MAISON MARGIELA, MOSCHINO, TOD’S, MISSONI, VERSACE, FERRARI, DOLCE & GABBANA, FERRAGAMO, MSGM, AVAVAV E GIORGIO ARMANI FORAM OS PRINCIPAIS DESFILES DA SEMANA.

Os desfiles de Londres chegaram ao fim, dando espaço para mais uma temporada da Milan Fashion Week. O evento ocorre entre os dias 25 de fevereiro e 03 de março, com a presença de 153 marcas, sendo 56 desfiles de moda presenciais. A Gucci abre o calendário com uma coleção mista para o Outono/Inverno 2025, porém sem Sabato de Sarno. Posteriormente, Giorgio Armani é quem encerra a semana. 

Fendi é outra marca que apresenta um repertório misto em um desfile especial. Em comemoração ao centenário da maison, o show será realizado na sede reformada na Via Solar. Silvia Venturini Fendi comanda o estilo após a saída de Kim Jones, no final de 2024. Dsquared2 também comemora aniversário, porém de 30 anos. 

As tradicionais marcas do line-up estão confirmadas para mais uma edição, incluindo Prada, Versace, Dolce & Gabbana e Ferragamo. Além delas, MM6 Maison Margiela, Fiorucci e K-Way (do grupo BasicNET) são os nomes que retornam ao calendário. 

O estreante da vez é Francesco Murano, porém essa não é a única novidade da edição: o designer David Koma chega à Blumarine e Lorenzo Serafini à Alberta Ferretti. Para completar, Missoni dá início a uma nova era com Alberto Caliri substituindo Filippo Grazioli na direção criativa. 

Por outro lado, Bottega Veneta dará uma pausa nesta temporada. Isso porque Matthieu Blazy se deslocou recentemente à Chanel. Dessa forma, a marca optou pela apresentação de um lookbook sob o comando da recém-contratada Louise Trotter. Vamos então aos destaques da Milan Fashion Week!

DSQUARED2

Os gêmeos Dean e Dan Catem comemoraram o 30º aniversário da Dsquared2 com um desfile inesquecível na Milan Fashion Week. O evento foi extravagante, barulhento e contou com diversas celebridades, dentro e fora da passarela. O cenário recriava uma cena de rua de Nova York – com showgirls, cowboys, policiais e estrelas de filmes adultos circulando de um lado para o outro. 

A cantora Doechii abriu o desfile, enquanto Naomi Campbell foi quem fechou. A coleção mista de Outono/Inverno 2025 da marca mixa streetwear com referências do country, porém sem perder sua visão sexy e caótica que acompanhamos nos últimos 30 anos. 

O que vemos na prática são vestidos com brilho, fendas e decotes sensuais. Os truques de styling e as sobreposições inteligentes deixam o desfile com uma leitura mais dinâmica. Entre os destaques, uma bermuda jeans de lavagem terrosa, uma puffer militar e uma jaqueta de couro fetichista. 

Tudo isso foi dedicado a Julie Enfield, modelo e musa de estilo dos gêmeos Dsquared2. Acima da extravagância e do apelo sexual, foi uma homenagem extremamente íntima. Com uma moda jovem, esperta e pop, eles apostaram no que sabem fazer de melhor: ter bom senso!

ALBERTA FERRETTI

Exibida no Palazzo Donizetti, o desfile de Outono/Inverno 2025 de Alberta Ferretti marca a estreia de Lorenzo Serafini à frente da direção criativa. Chamada “Progressive Romantics”, a coleção consiste em uma busca por enaltecer o romantismo e a feminilidade, porém sem se voltar à nostalgia e às referências arquivísticas diretas. 

O resultado são linhas sóbrias, casacos adaptáveis, flores de tecido e babados enfeitando barras, decotes e mangas. Vale mencionar também os drapeados mais contidos e as transparências. A paleta é majoritariamente preta e branca, porém com toques de cores mais suaves. 

O estímulo visual foi gerado principalmente pelas silhuetas e movimentos. Porém, botões de resina feitos à mão, joias criadas por uma artista cipriota e peles de carneiro grandes chegam para trazer mais riqueza aos looks. 

Lorenzo Serafini entrega estilo semelhante à antecessora que dá nome à marca, porém sem os looks artesanais e os “frufrus” que estávamos acostumados. Além disso, é possível observar referências que lembram a coleção Cruise 2017/18 de Karl Lagerfeld na Chanel. Para o início de uma era, o novo designer foi muito bem sucedido. 

JIL SANDER

Jil Sander provou que o preto pode se tornar “perfeitamente claro” com sua coleção de Outono/Inverno 2025. O desfile de Lucie e Luke Meier subverte os elementos femininos aos detalhes ousados, criando uma tensão palpável entre os opostos, texturas e toques diferentes. 

Vestidos e agasalhos criados a partir de franjas com lantejoulas são o ponto de partida da coleção. Eles dividem a passarela com peças ricas em detalhes de penas esvoaçantes, laços delicados e estampas florais com efeito ombré – em que as cores predominantes são preto, branco e cinza, com toques de rosa chiclete. 

As referências ao movimento punk, incluindo conjuntos de couro, muitos  cintos e acessórios prateados, também merecem destaque. Vale mencionar também a aparição dos casacos e golas de pele de carneiro, mais uma comprovação de que a tendência está vindo com tudo! 

DIESEL

Glenn Martens misturou arquétipos e brincou com a tradição durante o desfile da Diesel na Milan Fashion Week. Já dava para imaginar o que estaria por vir só de observar o cenário da apresentação: uma instalação de grafite, com 3,2 quilômetros de tecido, produzida por 7.800 artistas de diferentes países! 

O designer subverte peças cotidianas através do contraste, além de entregar o que sabe fazer de melhor com o jeans. Alguns exemplos são os conjuntos pied-de-poule esfarrapados, as camisas de botão semelhantes a papel machê e as jaquetas de couro vincadas. 

Em relação ao jeans, vemos peças laminadas, laqueadas e rasgadas de todas as maneiras possíveis. As modelagens das calças incluem flare, wide e especialmente skinny. O que também chama atenção são as blusas básicas com decotes de coração e os shorts curtíssimos com peplum. Puro exemplo de criatividade e expertise em jeans!

PRADA

Miuccia Prada e Raf Simons questionaram as definições de “beleza” e “feminilidade” na coleção de Outono/Inverno 2025 da Prada. Para isso, realizaram desfile na mesma estrutura metálica com carpete estampado utilizados na apresentação do masculino. 

Lã fervida, bainhas de saco de papel e cabelos crespos são os estilos que dominaram a passarela. Peças associadas à “delicadeza das mulheres” ganham reinterpretações nada óbvias – como a saia curtinha com cintura alta e franzida e o vestido preto com botões desajeitados que remetem à alfaiataria. 

Os casacos arredondados e oversized, feitos em couro e pelo, transmitem também a sensação de casulo. Enfim, laços, tops justos sem alças e tailleurs completam a coleção sem grandes surpresas. 

emporio ARMANI

Os designers da Emporio Armani escolheram as cartas de baralho como tema para a coleção de Outono/Inverno 2025. Assim, várias das peças são adornadas com formas de coração, diamantes, espadas e paus. Uma estampa geométrica, abstrata e colorida ajuda a transmitir a ideia em calças, saias e cachecóis. 

Além disso, os looks são marcados pela alfaiataria fina e o uso de tecidos e texturas luxuosos característicos da marca. Alguns deles possuem modelagem oversized e podem ser associados à descontração, diversão e fantasia.  Vale citar como exemplos um terno padrinho cinza com correntes no bolso, uma jaqueta bomber com calças fluidas de cotelê e uma linha de ternos de veludo em vermelho, verde e preto. 

Para a noite, vemos elegância e facilidade – em especial nos vestidos pretos longos com coletes de veludo, com rosetas oversized ou sem alças e minimalistas. Não dava para esperar menos de Armani.

ROBERTO CAVALLI

O designer Fausto Puglisi escolheu Pompeia como o ponto de partida de sua coleção de Outono/Inverno 2025. Isso porque, durante uma visita na infância, ele se apaixonou pela antiga cidade italiana enterrada pela erupção do Monte Vesúvio há quase 2 mil anos. 

Os looks desfilados na Milan Fashion Week mostram Puglisi mais confiante em se afastar do maximalismo característico da marca. Ainda assim, o tema permitiu que ele explorasse diversas texturas e estampas, incluindo as de leopardo, cobra, flores e fogo. Vemos também traços da exuberância do figurinista de Hollywood – em especial nas jaquetas e camisas que remetem aos anos 1940. 

Entre a pluralidade de vestidos acinturados com longos decotes, as cores dominantes são vermelho-vivo, preto e tons terrosos. Algumas poucas peças trazem tons frios, em referência à natureza italiana. Destaque também para o uso do couro, do veludo e dos bordados. 

MM6 MAISON MARGIELA

A equipe de design do MM6 Maison Margiela se baseou em três conceitos principais para dar vida à nova coleção da marca: Ampliar, Reduzir e Guarda-Roupa. Na prática, a proposta se reflete em peças minimalistas, com tons neutros e diversidade de materiais. 

Os looks exploram o contraste entre silhuetas oversized e modelagens justas. Enquanto isso, as camadas são fundamentais para a construção das peças. As formas oscilam entre os anos 1980 e 1990, porém com claros toques de Margiela – é claro! 

Vale prestar atenção nas combinações entre blazers quadrados e silhuetas mais sequinhas; jeans ajustados por fora; camisas acolchoadas e vestidos de tule que envelopam outras peças. Os óculos semelhantes ao de “Blade Runner” trazem ares futuristas, porém longe do clichê. 

Ao fim, a equipe entrega uma coleção bem resolvida, porém se mantém segura no limite entre o criativo e o comercial de forma interessante, ao mesmo tempo, comedida e sem chatices. 

MOSCHINO

Adrian Appiolaza mergulhou no universo irônico da Moschino para levantar um questionamento durante o desfile da marca na Milan Fashion Week: O que realmente é luxo? A pergunta foi respondida com uma coleção lúdica e irregular para o Outono/Inverno 2025 – incluindo roupas com aparência de papel ou saco de lixo, chapéus feitos de almofada e uma bolsa em formato de saco de biscoitos. 

Os primeiros looks a cruzarem a passarelas contavam com alfaiataria “inacabada”, com pontos visíveis e linha presa à agulha em um broche. Depois, vieram saias armadas, vestidos de lã cinza, moletons cortados, jeans crus e casacos puffer oversized. 

A ironia fica ainda mais perceptível nas etiquetas gigantes e aparentes, bem na frente das peças. O conceito também está na ausência de joias no styling – ao invés disso, vemos fotos no estilo polaroid que ocupam o lugar dos broches de pedras preciosas.

Na era dos dupes e da inteligência artificial, Appiolaza mostra que o luxo não está apenas em determinados materiais ou técnicas artesanais, mas também na capacidade de ter ideias originais e inteligentes o bastante para se tornarem virais (e desejadas, óbvio). 

TOD’S

Matteo Tamburini parece estar encontrando seu lugar como diretor criativo da Tod’s após três temporadas à frente da marca. Para o Outono/Inverno 2025, ele mostrou uma abordagem mais forte: cheia de modelagens clássicas, peças coringas e seguindo a onda do minimalismo corporativo. Dá para dizer que a coleção é funcional, sem se apoiar em conceitos inexplicáveis. 

O primeiro indício do que os convidados podiam esperar do desfile estava já na entrada do Pavilhão de Arte Contemporânea. Tratava-se de uma instalação artística, em que Carla Bruni-Sarkozy vestia um cobertor de couro reciclado pela artista Nelly Agassi, segurando uma agulha grande em um pedestal alto. 

Então, vieram os looks: paleta de cores inteligentes, formas geométricas, técnicas artesanais e (muitas!) texturas. O grande protagonista do show foi o casaco ⅞, que aparece em diversas composições – seja com abotoamento duplo, tecidos grossos ou em pele. Em alguns casos, o casaco vem como peça única, marcado com um cinto. 

Podemos concluir que Matteo trabalha o básico sem desdobramentos. O desfile não chega a emocionar, mas entrega uma coleção cheia de hits potenciais para o dia a dia. 

MISSONI

O desfile na Milan Fashion Week oficializa o retorno de Alberto Caliri à Missoni. O novo diretor criativo chegou à marca inicialmente em 1998, subindo de cargo até se tornar designer-chefe em 2021. Sendo assim, o sentimento da coleção de Outono/Inverno 2025 foi muito mais de resgate à essência do que uma mudança radical. 

Os looks apresentados dão atenção especial à forma e à materialidade. Entre eles, tricô (material de assinatura da Missoni), sobreposições de polos, suéteres folclóricos, parkas pesadas, ternos brilhantes e minivestidos xadrezes combinados com enormes jaquetas. 

Caliri faz referência suave aos anos 1970 com brilhos metálicos nas peças, porém fica clara sua preocupação em trazer a mulher Missoni para os tempos atuais. As cores creme, bronze, azul-marinho, preto e amarelo-queimado completam o visual. O resultado foi uma coleção de básicos, mas com ares de novidade. 

VERSACE

Sendo uma das marcas mais versáteis da atualidade, Versace consegue se reinventar novamente na temporada de Outono/Inverno 2025. Ela já foi college, disco, rocker, girlie… e tudo isso sem perder a relevância! Dessa vez, Donatella Versace afirmou que não segue nenhuma regra – apenas o DNA da marca!

Com uma referências ao movimento gótico, a coleção é quase toda preta, com exceção de algumas peças amarelas, roxas e vermelhas. Donatella aciona as clássicas estampas barrocas em combinação com as de leopardo. Elas aparecem em saias amplas, forros de casacos longos, jaquetas e camisas masculinas. 

Os looks são consistentes: muitos vestidos curtinhos, ombros armados, barriga de fora e minissaias. Saias transpassadas dividem espaço com jeans largos, enquanto as composições com tricô dão um show à parte. As peças metalizadas, cheias de texturas e aparência desgastadas são inusitadas, ao mesmo tempo em que sofisticadas. 

Por sua vez, os homens da Versace são relativamente básicos. Eles usam paletós armados, casacos forrados, camisetas estampadas e jeans folgados. Apesar de interessantes, os looks masculinos parecem meras releituras dos femininos. 

Enfim, os resultados cumprem o papel de despertar desejo em quem assiste ao desfile. No entanto, Versace entrega repetições de estilo mais uma vez – o que dá a impressão de que a marca vive em um looping de sempre revisitar os próprios arquivos.

FERRARI

O diretor criativo Rocco Ianonne entregou uma coleção moderna e sofisticada para o Outono/Inverno 2025, que já foi muito bem recebida pelo público. Com desfile misto, ele lançou um olhar mais generoso e específico ao CorpCore. Dessa forma, vemos a imagem de uma mulher imponente e oitentista – com ombros retos, alfaiataria, saias envelope, casacos de pele e gravatas. Não se trata de uma figura masculinizada, porém poderosa, sexy e pragmática. 

Enquanto isso, os homens Ferrari também tem uma imagem bem definida. Trata-se de uma reprodução adaptada do visual feminino. Rocco entrega alfaiatarias ajustadas, sobretudos e paletós de abotoamentos duplos. O pulo do gato é que as estéticas se diferenciam por pequenos detalhes entre os gêneros. 

Aos poucos, o desfile agrega looks com texturas plumadas, franjas, camisas de veludo, casacos de pele, jeans manchados e couro colorido. Esses elementos quebram um pouco a imagem minimalista da coleção – mostrando a versatilidade do estilo de Rocco. 

DOLCE & GABBANA

O conceito de Domenico Dolce e Stefano Gabbana para a temporada de Outono/Inverno 2025 foram as “cool girls”. Basicamente, os designers estavam pensando em como as modelos vestem suas roupas quando estão fora de serviço. O resultado foi uma coleção que deixa de lado as reedições dos looks passados e está 100% focada em streetwear

Sendo assim, a dupla interpreta códigos de moda de rua atrelando suas próprias referências a eles. Dá para dizer que o que vemos é um desfile street com um bom tempero italiano. Não se trata de mais uma armadilha para atrair a Geração Z, mas uma apresentação orgânica e muito bonita. 

Como na Semana de Moda Masculina, o show foi dividido entre as sessões diurna e noturna. A primeira foi marcada pelas sobreposições espertas e balanceadas, com shortinhos curtos cobertos por maxi jaquetas; tops de renda justinhos com calças largas e cheias de zíperes. 

Além disso, vale destacar os jeans bordados; looks acetinados ou rendados que contrapõe sobretudos e casacos de couro; amarrações de espartilho; peles em diferentes gramaturas, desde jaquetas até vestidos; estampas de leopardo; e truques de estilo, incluindo botas, meias grossas e toucas. 

A segunda parte do desfile contou com a boa e velha moda festiva da D&G. Bem conhecida por todos, ela não chega a impressionar como os primeiros looks. Talvez os vestidos clássicos poderiam ter ficado de fora da edição. 

FERRAGAMO

Inspirado na dançarina Pina Bausch, Maximilian Davis entregou uma coleção minimalista, prática e em total consonância com as outras passarelas da Milan Fashion Week. Trata-se de um desfile misto, em que as mulheres usam vestidos longos e ajustados ao corpo, enquanto os homens usam alfaiatarias mais folgadas. 

Um ponto em comum entre ambos os gêneros é a elegância cool da Ferragamo. A paleta de cores é sóbria e as formas suaves. Davis introduz a bolsa Hug em pares, atada à cintura em alguns looks – uma proposta urbana com um quê mais casual. 

Em relação aos vestidos, o designer traz formas elaboradas, com cortes geométricos, golas quadradas, decotes escorregadios, transparências delicadas e estampas gráficas. Além disso, os trabalhos de renda e cetins chiquérrimos e um efeito incrível com fitas amarradas em vestidos tramados também merecem destaque. 

MSGM

Com paleta de cores vivas, Massimo Georgetti apresenta coleção que flerta com o minimalismo dos anos 1990 e com o sportwear. Os looks são descolados e descompromissados, com uma energia clubber que evoca certos ares de nostalgia. 

O designer trabalha com modelagem básica e uma edição divertida para alimentar sua narrativa. Peças plastificadas convivem bem com alfaiatarias desajustadas, agasalhos esportivos fluorescentes e estampas florais. 

Acima de tudo, o grande estalo da coleção de Outono/Inverno 2025 foram as peças forradas em tule. Elas causam um efeito sofisticado, como se estivessem sendo protegidas pelo tecido. O recurso é simples, mas deixa um efeito muito interessante. 

Apesar de aparentemente caótica, a coleção faz todo o sentido quando junta. Em uma semana marcada pelos looks corporativos, minimalistas e beges, MSGM traz uma visão mais divertida das roupas – mostrando que nem tudo está perdido!

AVAVAV

Sempre entregando desfiles polêmicos, Beate Karlsson brincou com referências esportivas, distorceu o CorpCore e misturou conceitos vanguardistas para a coleção de Outono/Inverno 2025. O streetstyle chegou com energia rebelde, porém com espírito de “vida real” e muito funcionais. 

O melhor de Beate são as texturas nos tecidos, que ganham um ar especial graças à pegada artesanal. Além disso, muitas das peças apresentam um aspecto desgastado interessante. 

Camisetões, saias e tops navalhados que simulam esqueletos funcionam dentro da narrativa da coleção, assim como a estampa que imita tricô e o efeito poá vazado. As listras da Adidas estão presentes em diversos looks devido à colaboração com a marca. 

Os ombros têm estruturas emprestadas do futebol americano, alguns com ar “fantasmagórico” bem sacado. Com tantas camadas e referências conversando, as makes iam de visuais góticos a efeitos machucados que amarraram a narrativa sempre diferenciada de Beate. 

GIORGIO ARMANI

Por fim, Giorgio Armani entrega um desfile com todos os elementos já conhecidos de seu estilo na Milan Fashion Week. No entanto, a sabedoria de Giorgio faz com que se veja novidade a cada temporada. Com paleta sóbria e toques delicados, a coleção de Outono/Inverno 2025 é um pouco menor que habitualmente. 

O orientalismo se faz presente novamente, em golas, abotoamentos, bordados e tops traspassados ou inspirados em kimonos. Os blazer são delicados e extremamente femininos. Enquanto isso, as peles acompanham o espírito do desfile com aparência mais singela, com menos “cara de ostentação”. 

As estampas são discretas, escuras e possuem vibe étnica. Os abotoamentos duplos, os quepes, e o verde-oliva sugerem uma referência militar, porém sob a ótica de Armani. Enfim, o veludo é diluído organicamente na coleção. O resultado é um Outono/Inverno fresco, cool e com uma sofisticação doce – bem a cara de Giorgio Armani!

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