Na Semana de Alta Costura de Paris, Maria Grazia Chiuri, diretora criativa da Dior, surpreendeu com uma abordagem de alta costura que valoriza o minimalismo e a precisão. Em contraste com os exageros habituais, Grazia opta por uma estética sóbria e um savoir faire incomparável, evidenciado principalmente nos drapeados que dominam sua última coleção.
Sem perder tempo em aparatos extravagantes ou bordados chamativos, a designer foca nas nuances e nos detalhes que se revelam de perto. Esta abordagem destaca-se pelas formas básicas habilmente trabalhadas, oferecendo uma experiência visual que convida a um olhar mais atento.
A paleta de cores é uma declaração de elegância minimalista, com tons predominantes de preto, branco e dourado. Chiuri mantém uma narrativa coesa e inteligente, alternando entre vestidos de estilo esportivo e peças mais tradicionais como vestidos coluna e decotes de um ombro só. Os drapeados, elemento central da coleção, conferem às modelos uma aura que lembra sacerdotisas da mitologia grega, uma fonte constante de inspiração para a moda de Maria.
Os tecidos, escolhidos a dedo, são preciosos, enquanto os bordados discretos adicionam um toque de sofisticação sem excessos. O resultado é uma elegância cool, feminina e extremamente refinada, que redefine o conceito de alta costura para um público contemporâneo.
Além de suas criações deslumbrantes, Grazia utiliza sua plataforma para promover um discurso feminista poderoso. Para ela, um desfile de alta costura não precisa de truques mirabolantes para ser memorável; é sobre funcionalidade e realçar a beleza natural da mulher.
