Thom Browne retorna com um espetáculo de alta costura na Semana de Moda de Paris, destacando-se pela fusão magistral de alfaiataria e conceitos de haute couture. Sua coleção, permeada por um ambiente etéreo e escapista, transforma o tecido em escultura viva. A habilidade de Browne em maximizar a estrutura e a cintura das peças, alternando entre momentos de hiperformação e desconstrução, redefine os limites da moda tradicional.
Durante o desfile, Browne surpreende ao desmontar e reconstruir a alfaiataria de maneira orgânica, criando assimetrias geométricas que adicionam um toque futurista aos looks. Os bordados abstratos, delicados e por vezes irônicos – como os que simulam roupas de banho ou músculos humanos -, adicionam uma camada de humor e descontração à atmosfera onírica da apresentação.
Cada peça é um exercício meticuloso de desmembramento e reorganização, onde nervuras, sobreposições de tecidos, bordados intricados e detalhes inesperados como forros e fundos de bolsos expostos se combinam de forma harmoniosa. O resultado transcende a alta costura, transformando-se em verdadeiras obras de arte vestíveis que desafiam as convenções tradicionais da moda.
