Um espetáculo sobre Alexander McQueen abre a NYFW 2025

Setembro é tradicionalmente o mês em que profissionais da moda, criativos e entusiastas aproveitam para participar da New York Fashion Week, como o designer Gary James McQueen, sobrinho de Alexander McQueen. Com nomes de peso vindos de Paris e Milão, o evento se torna ainda mais atraente ao reunir oportunidades únicas em um novo cenário criativo. No ano passado, Pieter Mulier (Alaïa) e Ib Kamara (Off-White) foram alguns dos destaques da edição.

Este ano, no entanto, a apresentação do dia 9 de setembro é diferente de tudo: não se trata de um desfile, mas da estreia de uma produção off-Broadway chamada House of McQueen, uma releitura da trajetória de Lee Alexander McQueen. A peça foi escrita por Darrah Cloud, dirigida por Sam Helfrich e tem produção executiva de Rick Lazes. A direção criativa está a cargo de Gary James McQueen, sobrinho do estilista e também designer.

Um espetáculo sobre Alexander McQueen abre a NYFW 2025
Foto: Reprodução

O legado de alexander McQueen sob novas lentes

Desde sua morte há 15 anos, a genialidade de Alexander McQueen já foi homenageada por meio de diferentes projetos. Entre eles, a icônica exposição “Savage Beauty”, do Costume Institute em 2011, o documentário de 2018 dirigido por Ian Bonhote e Peter Ettedgui, e o livro biográfico lançado por Dana Thomas em 2015. Além disso, Isabella Blow, mentora e amiga de McQueen, será tema do futuro longa The Queen of Fashion, estrelado por Andrea Riseborough.

Agora, com House of McQueen, a equipe responsável aposta na força dessa história para cativar uma nova geração. Segundo Lazes, o objetivo é abordar temas como bullying, rejeição, homofobia, depressão e até suicídio. “Esperamos que essa seja uma narrativa de cura”, afirma.

Gary James, que atuou por sete anos no departamento masculino da marca McQueen e foi responsável pelos convites lenticulares de desfile (hoje considerados itens de colecionador), reforça a importância do projeto: “Muitos jovens não conhecem o homem por trás da marca”, diz.

Um espetáculo sobre Alexander McQueen abre a NYFW 2025
House of McQueen | Foto: Reprodução

Da criação ao palco: 10 anos de construção

A produção de House of McQueen levou cerca de uma década para se concretizar. Lazes, conhecido por documentar a vida do boxeador Lennox Lewis, revela que o roteiro passou por 26 versões diferentes. A escalação do elenco, aliás, ainda está em negociação, segundo a equipe de comunicação. Nem mesmo The Queen of Fashion, de acordo com o IMDb, definiu seu ator principal para viver McQueen.

Apesar disso, o espetáculo já conta com grandes nomes nos bastidores. O design de produção será assinado por Jason Ardizzone-West, responsável por projetos como Redwood, de Idina Menzel, e o show de Lady Gaga no Lollapalooza 2025. Já os figurinos serão criados por Kaye Voyce, ganhadora do prêmio Obie de excelência em design de figurino.

O grupo Kering, que detém a marca McQueen e recentemente retirou o nome do fundador da publicidade após a chegada do diretor criativo Sean McGirr, não está envolvido no projeto. No entanto, peças de arquivo cedidas por colecionadores estarão em exibição no teatro.

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House of McQueen | Foto: Reprodução

Provocateur: uma experiência imersiva em Los Angeles

Menos de um mês após a estreia em Nova York, uma experiência complementar chamada Provocateur será lançada em Los Angeles. Trata-se de uma exposição imersiva que utilizará tecnologias como holografia e mapeamento de projeção para explorar momentos-chave da vida do estilista, desde seu quarto de infância até sua formação na Central Saint Martins e o início da carreira em uma alfaiataria.

Um dos atrativos mais inovadores é uma experiência virtual criada com a plataforma DRESSX, que permitirá aos visitantes “experimentar” digitalmente peças das coleções Horn of Plenty e No.9. “Como criativo, trata-se de surpreender o público com recursos que, acredito, entusiasmariam Lee”, afirma Gary.

À medida que a produção se aproxima dos ensaios finais, o roteiro continua evoluindo. “Cada leitura do texto emociona os atores”, comenta Lazes. “Sabemos que pode parecer algo exagerado, mas McQueen era exagerado, não? E tem que ser incrível. Se não for, falhamos em nossa missão.”

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