Chanel Métiers: desfile toma o metrô de Nova York em 2025

A Chanel transformou uma plataforma de metrô abandonada em Nova York no cenário cinematográfico do Métiers d’Art 2025, o primeiro desfile de Matthieu Blazy à frente da coleção.

Chanel Métiers: desfile toma o metrô de Nova York em 2025
Foto: Divulgação/Cortesia

O Chanel Métiers voltou a Nova York em 2025 com um dos desfiles mais comentados da temporada. A maison transformou uma plataforma abandonada do metrô, no Bowery, em uma experiência cinematográfica que uniu história, artesanato e modernidade. Foi também o primeiro Métiers d’Art sob direção de Matthieu Blazy, reforçando seu impacto imediato na identidade criativa da Chanel.

A escolha do espaço urbano, somada à presença de embaixadores como A$AP Rocky e Margaret Qualley, reforçou a intenção de aproximar o Chanel Métiers da pulsação cultural da cidade. Um gesto simbólico para uma coleção que faz da rua seu ponto de partida.

Chanel Métiers no metrô: por que Nova York virou passarela

O desfile ocorreu na plataforma subterrânea da estação Bowery, onde sons de trem e luzes intermitentes formaram o pano de fundo para a narrativa criada pela maison. O metrô, escolhido por Matthieu Blazy, representou a energia democrática da cidade: um lugar onde estudantes, artistas e executivos dividem o mesmo espaço, exatamente o espírito que ele desejava capturar no Chanel Métiers.

Convidados enfrentaram a chuva e múltiplos checkpoints antes de acessar o cenário, que misturava Nova York, Paris e o espírito cinematográfico da coleção. Modelos emergiam de um vagão em movimento, como personagens de histórias urbanas atravessando a estação.

Nota da redação
Assim como em 2016, quando apresentou a coleção no Ritz Paris, a Chanel reforça em 2025 que o Métiers d’Art é uma imersão na narrativa da própria marca.

A visão de Matthieu Blazy para o Chanel Métiers

Matthieu Blazy descreveu o Chanel Métiers 2025 como “uma coleção guiada por personagens”. Ele buscou inspiração em figuras que vão da jornalista dos anos 1970 à executiva dos anos 1980, passando por personalidades contemporâneas e até um “Clark Kent” urbano com suéter gráfico sob blazer estruturado.

Blazy também revisitou a viagem de Gabrielle Chanel aos Estados Unidos em 1931, quando ela encontrou mulheres que reinterpretavam o estilo da maison de maneira improvisada. Essa liberdade estética serviu de ponto de partida para o designer, que trouxe silhuetas com leve exagero, como figurinos cinematográficos suavizados em peças reais e usáveis.

O filme teaser dirigido por Michel Gondry, estrelado por Qualley e A$AP Rocky, antecipou o tom lúdico do desfile, reforçando o vínculo do novo diretor com a linguagem audiovisual.

Os destaques da coleção e os ateliês por trás do Chanel Métiers

O Chanel Métiers 2025 celebrou a excelência dos ateliês artesanais da maison, reunidos no le19M, em Paris. A coleção revelou trabalhos de plumas, bordados, flores, metal, marroquinaria e tecelagem de tweed, todos essenciais para a identidade do Métiers d’Art.

Entre os destaques:

• Tweeds de aparência leve e arejada, muitos deles com novas técnicas de tecelagem.
• Conjuntos de saia e jaqueta em leopardos tecidos à mão.
• Vestidos com efeito ombré e saias volumosas criadas a partir de grandes pétalas têxteis.
• Silhuetas inspiradas em esportes americanos e referências ao guarda-roupa de Gabrielle Chanel.
• Bolsas com detalhes inesperados, como alças que lembravam copos de café, um aceno bem-humorado ao cotidiano nova-iorquino.

Elementos icônicos da cidade, como arranha-céus e cultura pop, surgiram reinterpretados em franjas e aplicações metálicas. O desfile foi uma homenagem direta à vida urbana, com refinamento artesanal.

Chanel Métiers e a estratégia da maison nos Estados Unidos

O retorno do Chanel Métiers à cidade coincide com um momento de forte expansão da marca nos Estados Unidos. Segundo Bruno Pavlovsky, presidente de moda da Chanel, o país continua sendo um dos mercados mais relevantes para a maison. O desfile, portanto, também funciona como gesto estratégico, reforçando a presença cultural e comercial em Nova York.

Pavlovsky destacou que categorias como bolsas e prêt-à-porter estão “voando” no país e que a percepção de valor continua alta. Para ele, quando a coleção é forte, não há questionamentos sobre preço, o que reflete a segurança da Chanel em relação ao seu posicionamento.

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O que o Chanel Métiers 2025 sinaliza para o futuro da maison?

O Chanel Métiers 2025 consolidou a estreia de Matthieu Blazy na coleção artesanal com uma visão elegante, urbana e cinematográfica. Ao transformar o metrô de Nova York em passarela, a Chanel reafirma sua habilidade de conectar tradição e contemporaneidade, ampliando os horizontes do Métiers d’Art sem abrir mão de seu DNA.

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