Destaques da Semana de Alta-Costura Verão 2023/24

Entre dos dias 23 a 26 de janeiro de 2023, aconteceu em Paris a Semana de Alta-Costura. As maisons mais famosas apresentaram desfiles incríveis. E nós reunimos aqui, os principais destaques dessa temporada.

Schiaparelli
O designer levou para a passarela a alta costura clássica, limpa, precisa e sem o excesso de penduricalhos e mood carnavalesco. A cartela de cores foi econômica e tudo muito coeso. Os ombros eram exagerados em contraste com cinturas ajustadas; os decotes, algumas vezes, quase “afogaram” as modelos. Teve também o momento animal com cabeças de bicho sintéticas nos looks, que tiraram o desfile do sério, resgatando a fantasia e a forma lúdica com que Elsa criava suas peças.

DIOR
A marca apresentou uma coleção bem neutra, sem arriscar muito, com uma cartela de cores apagada. A alfaiataria apareceu ajustada, bem cortada, em cores pálidas e sisudas. O veludo molhado nos casacos e vestidos foi uma tentativa de glamurizar, mas as cores eram tristes – o que não ajudou muito. O melhor do desfile foram os looks bordados em cascatas de canutilho e as transparências. Looks Alta Costura? Passaram bem longe dali.

Giambattista Valli
Coleção exagerada, over, onde tudo esbarrou em modelos meio datados. Os looks com volumes nos quadris pareciam saídos de revistas de molde dos anos 80. As estampas estavam perdidas e a cartela misturou cores lavadas com cores fortes, aliadas a um lamê “discoteque” equivocado. Giambattista Valli dessa vez, deu uma escorregada.

Chanel
Coleção simpática e “girlie” apoiada, como sempre, nos clássicos casaquetos e conjuntinhos de tweed em diversas padronagens. Outra marca que não desperta e nem aparenta em momento algum estar em um desfile de Haute Couture. Os vestidos com babados e mais trabalhados são lindos e bem sexies, mas nada de inovador. As botinhas  brancas de cadarço e as douradas com ponta preta ambas sem salto, serão o “hype” da estação.

Armani Privé
Com cartela de cor deliciosamente colorida, Armani alternou ótimos momentos dentro da coleção, com casaquetos bem ajustados/cortados, ótimas estampas e bordados na medida certa. Os momentos equivocados foram as peças cheias de triângulos e golas circenses, que deixaram algumas peças com ar de pierrôs e colombinas estilizadas. Os looks finais retomaram o tom moderno e arrojado, finalizando bem a coleção.

Alexandre Vauthier
Mais uma marca com cara de prêt-à-porter. Se fosse uma semana de moda normal Vaulthier teria certado muito, já que trouxe ótimos looks com equilíbrio entre os ombros oversized e a cintura mais ajustada. Não faltaram looks pretos mega sexys e com pegada bem anos 80, com proporções bem equilibradas. As cores flúor chegaram genuinamente e se harmonizaram perfeitamente com a coleção.

Elie Saab
Com cartela mega suave e “super sweet” , Saab deu show no quesito haute couture, como deve ser: com drama, fantasia e bom gosto. Os looks curtos eram bem “girlie” bem à maneira Ellie Saab de ser e que não envelhecem. Os bordados eram delicados e as flores que saltavam dos looks conversavam muito bem com os cordões que desenhavam arabescos lindíssimos nas peças. Deu aula!

Viktor & Rolf
O mood era daqueles bailes dos anos 50, cheios de vestidos clássicos, com saias de camadas e mais camadas de tule. Com cartela bem clarinha, eles esgotaram as possibilidades dentro da inspiração que escolheram, então o mesmo vestido, apareceu, em várias posições na passarela. O melhor momento era quando os vestidos monótonos estavam no lugar correto: no corpo das  modelos.

Jean Paul Gaultier & Haider Ackermann
Fez uma coleção bonita, clean, monótona, porém com boas e fortes imagens de moda. O clima era super 80, mas a cartela e os cortes eram pragmáticos e sisudos demais para ser Gaultier e, não fossem os momentos das plumas pontudas, dificilmente saberíamos que se tratava de um desfile de alta costura baseado nos arquivos do estilista. Faltou o deboche, um pouco de cor e emoção.

Valentino
Algumas combinações de cor pareciam equivocadas, os laços, rendas e as capas imensas não surtiram mais o efeito dramático e pareceram mais do mesmo. A moda masculina em modelagens e alfaiataria maxi oversized foi boa, mas deu aquela sensação de “déjà vu”. As peças com texturas eram bem bacanas e os grafismos em listras e maxi poás de algumas peças, jovens e divertidas.

Robert Wun
O jovem estilista mostrou como se faz alta costura sem grandes recursos, explicações ou o apelo dramático normalmente usado por outras maisons. Pelo contrário, tudo pareceu ser feito sem grandes esforços criativos, é tudo genuíno, não soou forçado como em outras marcas. Wun trabalhou os drapeados e pregueados de maneira super bem executada. Com cartela de cores enxuta e volumetria na medida certa, usou peças ajustadas nos locais devidos e um minimalismo precioso. Robert Wun deu um verdadeiro show.

Zuhair Murad
Com uma coleção super colorida, Zuhair Murad alternou momentos super over, com looks onde tudo acontece ao mesmo tempo e looks que pareciam saídos de um desfile de escola de samba. Tiveram também momentos incríveis, vestidos bordados e decotados bem anos 70, com drapeados super trabalhados. Os vestidos delicados de tramas abertas eram maravilhosos.

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