A Louis Vuitton foi indenizada em US$ 584 milhões após vencer um processo de falsificação em território norte-americano. A decisão, considerada uma das maiores já registradas nesse tipo de caso, teve origem em um mercado de pulgas instalado dentro de um shopping center em Atlanta, Geórgia, onde milhares de produtos falsificados eram vendidos em larga escala.
Emitida pelo Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito Norte da Geórgia, a sentença reforça a importância da proteção da propriedade intelectual e o rigor das penalidades aplicadas contra práticas ilegais que prejudicam marcas de luxo mundialmente reconhecidas. O caso marca um novo capítulo na luta judicial contra a falsificação de produtos de moda.

O caso e a acusação contra os responsáveis
O processo foi movido pela Louis Vuitton em abril de 2023 contra Basirou Kebbay e Aaron Kebe, respectivamente proprietário e diretor executivo do shopping Westgate. A acusação afirmava que o espaço abrigava um mercado de pulgas interno, no qual a comercialização de produtos falsificados ocorria em grande escala e de forma recorrente.
De acordo com documentos apresentados no tribunal, em agosto de 2021, as autoridades apreenderam 18 caminhões contendo mais de 250 mil itens falsificados no local. Desses, 72 mil apresentavam marcas registradas da Louis Vuitton, configurando uma das maiores apreensões de falsificados ligados à maison em toda a história dos Estados Unidos.

A dimensão da apreensão e seus impactos
A apreensão foi descrita no processo como “uma das maiores da história dos Estados Unidos envolvendo produtos falsificados da Louis Vuitton”. O volume impressionante de peças não apenas evidencia a magnitude do esquema, como também revela o alcance do mercado paralelo de falsificações dentro do setor de luxo.
Além de prejudicar diretamente a imagem da marca e sua exclusividade, a circulação de falsificações compromete consumidores e mina o valor de um dos pilares do luxo: a autenticidade. Para a Louis Vuitton, a decisão judicial simboliza um importante avanço na luta contra práticas ilegais que afetam a moda global.
O valor recorde da indenização
O montante de US$ 584 milhões estabelecido como indenização é considerado histórico dentro de disputas judiciais envolvendo falsificação nos Estados Unidos. A cifra ultrapassa, por exemplo, a marca de US$ 144,2 milhões concedida à Gucci em 2013, quando a grife italiana venceu um processo contra falsificadores online.
Esse valor reforça a postura cada vez mais firme da justiça americana em aplicar penalidades significativas a casos de falsificação. A medida busca, além de reparar os danos, desencorajar a continuidade de práticas criminosas que comprometem o setor de luxo e a economia criativa como um todo.
Precedentes e a luta contínua contra falsificações
Casos como o da Louis Vuitton mostram que a indústria do luxo permanece em constante batalha contra redes de falsificação. Com o crescimento do comércio online e a circulação internacional de produtos, a identificação e repressão desses esquemas se tornaram ainda mais complexas.
No entanto, precedentes como essa decisão criam parâmetros importantes para futuras disputas legais. Eles mostram que, mesmo diante da sofisticação das redes de falsificação, as marcas podem contar com o respaldo da justiça para proteger suas criações e sua herança cultural.
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O impacto para a Louis Vuitton e para o mercado
A vitória reforça a posição da Louis Vuitton como uma das principais defensoras da autenticidade e da exclusividade no setor de luxo. Além do impacto econômico, a sentença serve como um alerta para proprietários de estabelecimentos que permitem ou incentivam a venda de falsificações.
Para o mercado de moda, o episódio é um lembrete da necessidade de investir em rastreabilidade, tecnologia antifraude e estratégias legais para enfrentar a pirataria. A Louis Vuitton, pertencente ao grupo LVMH, consolida sua postura como líder no combate às falsificações, definindo padrões que certamente influenciarão outras marcas de luxo em suas ações futuras.
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