A Misci apresentou a campanha oficial da coleção Tieta, desfilada em abril na Fundação Bienal de São Paulo, abrindo um novo capítulo para pensar “quem e como seria Tieta hoje?”. A proposta investiga território, pertencimento e os contrastes do Brasil contemporâneo, articulando memória e futuro em peças que expandem o repertório estético e político da marca.
No centro da narrativa, duas presenças brasileiras de grande potência: Lais Ribeiro, supermodelo piauiense engajada em pautas socioambientais, e Seu Jorge, artista cuja trajetória sintetiza musicalidade, pluralidade e identidade. Juntos, eles dão corpo à leitura da Misci para a obra de Jorge Amado, convertendo literatura, moda e cultura popular em linguagem de imagem.
Um novo capítulo: Tieta entre presente e futuro
A campanha retoma a passarela para aprofundar o debate lançado no desfile: Tieta como figura que devolve voz às comunidades que resistem e às mulheres que retornam aos seus territórios com autonomia. Não se trata de nostalgia, mas de uma atualização crítica do mito, uma personagem que olha para o amanhã sem romper com suas raízes.
Esse atravessamento aparece em cenas que oscilam entre o íntimo e o coletivo: de um sofá estampado do interior a um paredão de som tocando brega melodramático. Em cada quadro, a coleção propõe que a moda funcione como vetor de mudança sociocultural, conectando experiências cotidianas à invenção de outras formas de existir e pertencer.
Direção criativa e linguagem de campanha
Sob direção criativa de Airon Martin, a campanha foi fotografada por Hick Duarte, com styling de Renata Corrêa, beleza de Cris Biato e direção artística de Nídia Aranha. O conjunto reafirma a Misci como plataforma de discurso, em que escolhas visuais e materiais operam como enunciados claros sobre identidade, afeto e política do corpo.
O resultado é um manifesto visual que sustenta a mesma tese do desfile: a imagem como espelho e como convite. As composições trabalham ritmo, textura e proximidade, mantendo o foco no gesto e no olhar, e deslocando a roupa do mero consumo para o campo da significação, da convivência e da memória compartilhada.
Protagonistas e símbolos: Lais Ribeiro e Seu Jorge
Em Lais Ribeiro, a “Tieta” da Misci ganha corporeidade e força visual. Em uma das imagens, ela veste a nova linha “Pelle Verde”, tecnologia de sustentabilidade desenvolvida pela Misci em colaboração com a beLEAF™, sinalizando um caminho de inovação alinhado ao discurso ambiental que atravessa sua própria trajetória.
Seu Jorge imprime à campanha a energia etérea da música, da narrativa oral e da herança cultural que acompanha a Misci desde a origem. Sua presença costura passado e presente, fazendo da coleção uma partitura de vozes e referências que ressoam para além da moda, sem perder o vínculo com a rua e com a vida real.
Matérias, colaborações e sustentabilidade
A coleção destaca peças em couro de pirarucu e tecidos de dupla face desenvolvidos com a Innovativ Tecidos, enfatizando soluções de matéria que dialogam com longevidade, responsabilidade e desempenho. São escolhas que reforçam o compromisso da marca com uma cadeia consciente, sem abrir mão de construção e caimento.
As estampas assinadas pelos artistas Elian Almeida e Gabriel Azevedo acrescentam camadas de referências ancestrais, ampliando a narrativa com signos que funcionam como paisagem e contexto. O encontro entre moda e artes visuais estrutura um vocabulário que se lê no corpo e no espaço, operando como território de memória e invenção.
Veja também: Margiela amplia fronteiras com a Line 2: moda, arte e comunidade em foco.
Disponibilidade e o início de um novo ciclo
Disponível a partir de agosto em todas as lojas da Misci, “Tieta” marca também o começo de uma fase declaradamente mais plural e afiada para a marca. O lançamento se alinha ao reposicionamento, à internacionalização e à expansão do projeto, sem perder de vista a missão de ampliar a representação brasileira no cenário global.
O movimento coincide com a celebração de cinco anos de trajetória comercial. Ao revisitar Tieta e atualizá-la no corpo de Lais Ribeiro e Seu Jorge, a Misci reafirma sua vocação de contar histórias brasileiras com complexidade, e de transformar a moda em linguagem para disputar imaginários e propor futuros.
Ah, se você curte conteúdo sobre moda e lifestyle, acesse o nosso canal do Youtube com a Fabíola Kassin.
