O estilista italiano Pierpaolo Piccioli foi anunciado como novo diretor criativo da Balenciaga, com início oficial marcado para 10 de julho de 2025. Sua primeira coleção será apresentada durante a Semana de Moda de Paris, em outubro. Reconhecido por seu trabalho marcante na Valentino, Pierpaolo Piccioli assume o posto deixado por Demna, que comandou a casa francesa por uma década e agora segue como diretor artístico da Gucci.
A chegada de Pierpaolo Piccioli representa um momento importante para a marca, que vive um período de transição estratégica sob o grupo Kering. Com um legado de provocação estética, streetwear de luxo e reinvenção criativa, a Balenciaga aposta agora em uma nova fase, combinando a herança da alta-costura com a visão poética e sofisticada de seu novo diretor.
Uma nova era para a Balenciaga
Durante os anos sob a direção de Demna, a Balenciaga tornou-se sinônimo de tênis robustos, hoodies oversized e um estilo distópico que conquistou o cenário da moda e ampliou os limites do luxo contemporâneo. Foi também sob seu comando que a marca ressuscitou sua linha de alta-costura e conquistou celebridades como Nicole Kidman, Michelle Yeoh e Isabelle Huppert.
Agora, com Pierpaolo Piccioli à frente da direção criativa, a expectativa é de que a casa retome elementos de refinamento e experimentação que marcaram os tempos de Cristóbal Balenciaga. O estilista, conhecido por seu uso ousado de volumes, cores e por democratizar a estética da Valentino, deverá imprimir uma nova sensibilidade à marca — mais emocional, artística e voltada à alta-costura autoral.
A trajetória de Piccioli e sua ligação com a herança Balenciaga
Piccioli tem uma carreira de mais de 25 anos na moda. Iniciou sua trajetória na Fendi, ao lado de Maria Grazia Chiuri, com quem dividiria posteriormente a direção criativa da Valentino entre 2008 e 2016. Após essa fase, liderou a marca solo até sua saída em março de 2024. Desde então, manteve um perfil discreto, até ser oficialmente confirmado na Balenciaga em junho de 2025.
O estilista já demonstrou sua admiração por Cristóbal Balenciaga ao longo dos anos. A primeira imagem publicada por Piccioli em seu Instagram, em 2018, foi um conjunto de noiva criado por Balenciaga em 1967. Em carta aberta publicada após o anúncio de sua nova função, escreveu: “Cristóbal inventou a cultura da criatividade e difundiu a ideia de couture em todas as dimensões de seu trabalho”. Ele também agradeceu a Demna, dizendo que recebeu um legado vivo e poderoso.
Expectativas para a nova fase da marca
O anúncio da chegada de Pierpaolo Piccioli, um dia após a última coleção de alta-costura de Demna para a marca, intensifica o calendário da moda, que nesta temporada também terá estreias em casas como Gucci, Chanel, Bottega Veneta, Loewe, Versace e Jean Paul Gaultier. A Kering, em comunicado, declarou que Pierpaolo traz “uma visão criativa única e ampla experiência, em continuidade com o legado de Cristóbal Balenciaga e a força construída sob Demna”.
Francesca Bellettini, CEO adjunta do grupo e responsável pelo desenvolvimento de marcas, descreveu Pierpaolo como “um dos designers mais talentosos e celebrados da atualidade”, ressaltando sua maestria na alta-costura e paixão pelo savoir-faire. Já Gianfranco Gianangeli, CEO da Balenciaga desde janeiro, afirmou estar animado com essa nova era, destacando que Pierpaolo Piccioli saberá interpretar a herança da marca com autenticidade e inovação.
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Balenciaga entre tradição e renovação
A Balenciaga, fundada por Cristóbal Balenciaga em 1937, tem uma longa tradição de vanguarda e excelência técnica. Entre suas criações mais emblemáticas estão o casaco cocoon, a saia balão e o vestido saco. A casa foi fechada em 1968, após a aposentadoria do fundador, e reativada em 1986, passando por diversos nomes criativos até a chegada de Demna em 2015.
Atualmente, a marca conta com 271 lojas e planeja lançar uma linha de fragrâncias em 2025 por meio da Kering Beauté. Mesmo sem divulgar os números individualizados da Balenciaga, o grupo Kering reconhece o bom desempenho da marca em categorias como artigos de couro, apesar da queda de 11% no faturamento do segmento “outras casas” no primeiro trimestre de 2025.
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