Selfie AI try-on: Google lança prova virtual de roupas com uma foto

Novo recurso usa inteligência artificial para criar uma versão realista do corpo a partir de uma selfie e promete mudar a experiência de compra online.

Selfie AI try-on: Google lança prova virtual de roupas com uma foto
Foto: Reprodução

O selfie AI try-on é a mais recente aposta do Google para tornar o e-commerce de moda mais visual, intuitivo e eficiente. A ferramenta permite que usuários vejam como uma peça de roupa ficaria em seus próprios corpos usando apenas uma selfie, sem a necessidade de enviar uma foto de corpo inteiro.

A novidade faz parte da expansão do recurso de prova virtual já existente no Google Shopping e agora utiliza inteligência artificial avançada para criar uma representação corporal realista a partir do rosto do usuário. O objetivo é reduzir fricções no processo de compra e aproximar a experiência online da sensação de provar uma peça no mundo físico.

O lançamento começa nos Estados Unidos e estará disponível no Search, Google Shopping e Google Images, sempre que o usuário visualizar o ícone “try it on” em produtos de vestuário.

Como funciona o selfie AI try-on do Google

O selfie AI try-on combina técnicas de visão computacional, estimativa de pose e modelos generativos para transformar uma simples selfie em uma imagem de corpo inteiro altamente realista. Em vez de criar uma réplica exata do corpo do usuário, o sistema utiliza padrões aprendidos sobre proporções humanas para gerar uma versão coerente e visualmente crível.

A tecnologia por trás do recurso envolve o modelo Gemini 2.5 Flash Image e o sistema conhecido internamente como Nano Banana. Juntos, eles simulam caimento, textura do tecido, iluminação e movimento da peça sobre o corpo virtual.

O usuário escolhe seu tamanho habitual, inicia a prova virtual e recebe diferentes renderizações, com variações sutis de pose e ângulo. Uma dessas imagens pode ser salva como padrão para futuras simulações, tornando o processo mais rápido e contínuo.

Também seguem disponíveis as opções de upload de imagem de corpo inteiro ou seleção de modelos pré-definidos, oferecendo flexibilidade para diferentes níveis de conforto e controle.

Selfie AI try-on: Google lança prova virtual de roupas com uma foto
Foto: Reprodução

Por que o selfie AI try-on importa para o e-commerce de moda

O impacto do selfie AI try-on vai além da curiosidade tecnológica. Devoluções seguem sendo um dos maiores desafios do comércio eletrônico de moda. Segundo a National Retail Federation, a taxa de devolução no varejo dos Estados Unidos chegou a 14,5%, com custos logísticos que somam centenas de bilhões de dólares.

Estudos apontam que tamanho e caimento estão entre os principais motivos de devolução. Ao permitir que consumidores visualizem melhor como uma peça pode funcionar em seu próprio corpo, o recurso ajuda a reduzir incertezas e decisões impulsivas.

Além disso, a prova virtual tende a aumentar a taxa de conversão, especialmente em peças de apelo visual forte, nas quais fotos de estúdio não respondem à pergunta central do consumidor: “isso funciona para mim?”. A força do Google está em integrar essa experiência diretamente ao Search e ao Shopping, onde a intenção de compra já está formada.

Nota da redação

A maior vantagem do selfie AI try-on está na redução de fricção. Não exigir uma foto de corpo inteiro torna a experiência mais rápida, especialmente no mobile, onde hoje começa a maior parte da descoberta de moda.

Selfie AI try-on: Google lança prova virtual de roupas com uma foto
Foto: Reprodução

Limites de precisão e cuidados com privacidade

Apesar dos avanços, o selfie AI try-on não é infalível. Tecidos brilhantes, estampas complexas, modelagens não convencionais e iluminação inadequada podem comprometer o realismo da simulação. A ferramenta deve ser vista como um apoio à decisão, não como substituta de tabelas de medidas, avaliações de outros consumidores ou provas físicas.

A questão da privacidade também é central. Selfies envolvem dados sensíveis, especialmente biométricos. O Google afirma oferecer alternativas e controle ao usuário, mas precisará detalhar como as imagens são processadas, armazenadas e descartadas, além de esclarecer o uso em contas de menores de idade.

Leis como a CPRA, na Califórnia, e a BIPA, em Illinois, colocam exigências rigorosas sobre o uso de dados faciais, tornando a transparência e governança tão importantes quanto a qualidade visual da ferramenta.

O selfie AI try-on dentro da estratégia maior do Google

O lançamento faz parte de um movimento mais amplo para tornar o ecossistema do Google mais visual e transacional. O recurso se conecta ao Shopping Graph, reduzindo etapas entre descoberta, avaliação e compra.

Em paralelo, o Google testa o aplicativo Doppl, que aposta em vídeos gerados por IA, inspiração de looks e links diretos para lojistas, em um formato que lembra feeds sociais. A competição também se intensifica: Amazon, Snap e grandes varejistas já investem em provadores virtuais e experiências de realidade aumentada.

Ao integrar o selfie AI try-on diretamente à busca, o Google sinaliza que a prova virtual tende a deixar de ser um diferencial experimental para se tornar uma expectativa padrão do consumidor.

Leia também: Kim Kardashian X Fortnite: nova colaboração estreia com skins inspiradas em SKIMS.

O que esperar da evolução do selfie AI try-on

Nos próximos ciclos, a tendência é que o recurso avance em categorias de produto, camadas de roupas, simulação de tecidos mais complexos e recomendações de tamanho mais precisas. Outro ponto-chave será o processamento local, reduzindo latência e ampliando a proteção de dados.

Se a experiência se mostrar confiável em escala, o selfie AI try-on pode redefinir a relação entre consumidores e moda online, colocando o corpo real do usuário no centro da experiência, e não apenas o modelo de estúdio.

Se você curte conteúdo sobre moda e lifestyle, acesse o nosso canal do Youtube com a Fabíola Kassin.

VOCÊ TAMBÉM PODE GOSTAR