A Zara deu mais um passo em sua estratégia de expansão e renovação global com a abertura de uma nova flagship store em Nanjing, na China. O espaço, considerado pela marca como um “novo modelo de loja para a Ásia”, combina experiências digitais, ambiente de lifestyle e ativações imersivas para atrair um público cada vez mais exigente, especialmente em meio à desaceleração do consumo entre a classe média chinesa e à crescente concorrência de marcas locais.
Inaugurada na última sexta-feira, a unidade está localizada no distrito comercial central de Xinjiekou e ocupa 2.500 metros quadrados distribuídos em dois andares. A proposta é clara: transformar o ponto de venda em um verdadeiro espaço de convivência, capaz de manter os consumidores por mais tempo dentro da loja e estimular novas formas de engajamento.
Uma loja pensada para o consumidor digital
A nova flagship da Zara em Nanjing incorpora recursos inéditos que conectam o ambiente físico com o digital. Um dos destaques é o estúdio “fit check”, equipado com múltiplas câmeras e diferentes configurações de iluminação, onde os clientes podem gravar seus próprios vídeos de looks e baixá-los diretamente no celular. A reserva do estúdio é feita via WeChat, o aplicativo de mensagens mais popular da China.
Outro diferencial é o espaço de compras privadas, que inclui um salão com lounge exclusivo e provadores personalizados, ideal para quem busca uma experiência mais intimista e personalizada. Tudo isso reflete uma tendência global: transformar o varejo físico em um espaço de experiência, conteúdo e comunidade.
Café exclusivo e teste de novos formatos
No térreo, a Zara ainda apresenta o Zacaffe, o primeiro café da marca fora da Espanha. A presença do café não é apenas simbólica: ele representa uma nova etapa na jornada da marca, que começa a testar espaços de lifestyle integrados às lojas para aumentar o tempo de permanência e reforçar o vínculo emocional com o consumidor.
A China foi escolhida como mercado-teste para essas novas estratégias antes que sejam replicadas em outras partes do mundo. A marca já havia utilizado o país como campo de experimentação anteriormente, como nos shows de compras ao vivo transmitidos via Douyin (rede social chinesa), que depois inspiraram lives similares na Europa e nos Estados Unidos.
A Inditex, grupo espanhol dono da Zara, vem reduzindo sua presença física nos últimos anos, concentrando esforços em lojas de grande porte, com localização estratégica e forte integração com o e-commerce. Em 2019, a Zara contava com 570 lojas na China, o maior número fora da Espanha. Atualmente, esse número caiu para 132, reforçando a mudança de foco do grupo.
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O desafio de competir com marcas locais
A nova flagship surge em um momento desafiador para marcas internacionais que operam na China. A desaceleração econômica e o fortalecimento de marcas locais com cadeias de suprimento ágeis e presença digital robusta colocam pressão sobre gigantes como a Zara, que precisam inovar constantemente para manter sua relevância.
Com essa inauguração, a Zara não apenas fortalece sua presença em um dos principais mercados do mundo, mas também sinaliza o futuro do varejo de moda: lojas que oferecem muito mais do que produtos, oferecem experiências, conteúdo e lifestyle.
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