36ª Bienal de São Paulo 2025: diversidade, encontros e novos diálogos

A 36ª Bienal de São Paulo abre suas portas no dia 6 de setembro de 2025 e se estende até 11 de janeiro de 2026, no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque Ibirapuera. Esta será a edição mais longa da história da mostra, oferecendo quatro meses de programação gratuita para que o público possa mergulhar em obras que exploram linguagens diversas, como pintura, escultura, vídeo, performance, escrita e música.

O evento reúne 125 participantes, sendo 120 no pavilhão e cinco na Casa do Povo, em um projeto de forte alcance global. Com curadoria liderada por Bonaventure Soh Bejeng Ndikung e um time de curadores, a exposição nasceu de um processo coletivo que atravessou cidades como Marrakech, Zanzibar, Tóquio e Guadalupe, onde artistas e pensadores compartilharam práticas e reflexões em torno de pertencimento, coletividade e humanidade.

36ª Bienal de São Paulo 2025: diversidade, encontros e novos diálogos
Foto: Divulgação

O conceito da mostra: humanidade como prática

Inspirada no poema Da Calma e do Silêncio, de Conceição Evaristo, a 36ª Bienal toma como metáfora o estuário: lugar de encontro de correntes, onde águas diversas se misturam e criam exuberância. Essa imagem simboliza a proposta de uma mostra que celebra a coexistência de vozes, culturas e estéticas distintas.

A curadoria aposta em uma escuta ativa, em negociações e diálogos que ultrapassam fronteiras, convidando o visitante a viver a experiência da humanidade em constante deslocamento. Para Andrea Pinheiro, presidente da Fundação Bienal, o pavilhão é um espaço “vivo e brilhante”, fruto do esforço coletivo de artistas, curadores, instituições e educadores que enxergam a arte como força de transformação social.

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Seis capítulos temáticos

A exposição está organizada em seis capítulos, que funcionam como fractais conectados por fluxos constantes de diálogo.

  • Frequências de chegadas e pertencimentos: obras que exploram a relação entre corpo, terra e memória, usando pedras, raízes e pigmentos naturais.
  • Gramáticas de insurgências: trabalhos que abordam resistências às opressões históricas, resgatando narrativas silenciadas e propondo novas linguagens de luta.
  • Sobre ritmos espaciais e narrações: reflexões sobre deslocamentos e migrações, com esculturas, mapas e filmes que recriam atmosferas de transformação.
  • Fluxos de cuidado e cosmologias plurais: instalações e performances que rompem com modelos coloniais, trazendo práticas de cura e mitologias de diferentes povos.
  • Cadências de transformação: obras que mudam de forma ao longo da mostra, ressaltando a mudança como potência criativa.
  • A intratável beleza do mundo: celebra a beleza como resistência, reunindo pinturas, fotografias e esculturas feitas de materiais reaproveitados.
36ª Bienal de São Paulo 2025: diversidade, encontros e novos diálogos
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Programação pública e experiências imersivas

Além das exposições, a 36ª Bienal traz o programa Conjugações, que reúne debates, performances e encontros com instituições parceiras de diferentes continentes, como a FLUP (Rio de Janeiro), o Center for Art, Research and Alliances (Nova York) e a Africa Design School (Benim). Essas colaborações ampliam o alcance da mostra e reforçam sua vocação global.

Outro destaque é o projeto Aparições, que utiliza tecnologia de realidade aumentada para levar fragmentos das obras da Bienal para espaços como o Parque Ibirapuera, margens do Rio Congo e fronteira México-Estados Unidos. A proposta é criar uma experiência sensorial que ultrapassa os limites físicos do pavilhão, conectando territórios e públicos ao redor do mundo.

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Artistas em destaque e impacto educacional

Entre os artistas internacionais, nomes como Otobong Nkanga, Isa Genzken, Wolfgang Tillmans, Precious Okoyomon e Frank Bowling se unem a brasileiros como Maxwell Alexandre, Sallisa Rosa, Gervane de Paula, Aline Baiana, Antonio Társis e Lídia Lisbôa. Juntos, eles reforçam a pluralidade estética e a potência crítica da edição.

O impacto educativo também é central: a Fundação Bienal planeja receber 100 mil crianças e capacitar 25 mil professores, em um dos maiores programas de mediação cultural já realizados pelo evento. Para a cena artística brasileira, trata-se de uma oportunidade de inserção internacional inédita, enquanto para o público é um convite a redescobrir a arte como prática cotidiana e coletiva.

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