Artista brasileiro desafia o sistema colonial com um roubo encenado em vídeo
A história recente do British Museum está marcada por escândalos e polêmicas. Entre as várias controvérsias, destaca-se a tentativa de repatriação de artefatos históricos, supostamente saqueados, como os Bronzes de Benin e os Mármores do Partenon. Além disso, o ex-curador Peter Higgs foi flagrado roubando mais de 1.800 itens da coleção do museu, vendendo-os no mercado negro e em sites como o eBay.
Agora, o artista brasileiro Ilê Sartuzi adicionou mais um capítulo a essa lista de controvérsias. Em um golpe ousado, Sartuzi roubou uma moeda histórica cunhada em 1665 e depois a deixou na caixa de doações do museu. Esse ato foi registrado em um vídeo de sete minutos, intitulado “Sleight of Hand”, que fez parte de sua exposição de MFA na Goldsmiths, encerrada recentemente.
Planejado um ano antes, o “roubo” de Sartuzi contou com a ajuda de amigos que filmaram o incidente. A ação ocorreu em dois dias consecutivos, durante os quais o artista chegou a raspar a barba para disfarçar sua aparência. O objetivo de Sartuzi era destacar “o problema dos museus universais” e criticar o British Museum como parte de um sistema colonial e imperialista.
Curiosamente, a moeda não estava registrada no banco de dados do museu e podia ser tocada pelos visitantes como parte de uma iniciativa de 2000, que permite manusear objetos sob supervisão de voluntários. Um representante do museu condenou a ação, afirmando que se tratava de um abuso de um serviço voltado para a interação dos visitantes com a história.
No momento, não está claro se o British Museum tomará medidas legais contra Sartuzi, mas o artista e seu advogado defendem que ele não fez nada de errado.