Após dois dias de deliberação, o júri responsável pelo julgamento de Sean “Diddy” Combs por tráfico sexual e conspiração de extorsão revelou ter chegado a um veredito sobre quatro das cinco acusações enfrentadas pelo artista. No entanto, o impasse em relação à acusação principal, conspiração de extorsão, levou o juiz Arun Subramanian a pedir que o júri continuasse com as deliberações, sem divulgar o veredito parcial.
A orientação judicial veio após a comunicação do júri de que existiam posições “intransigentes” entre os jurados, impossibilitando o consenso sobre a acusação mais grave. Ainda assim, o grupo conseguiu chegar a uma conclusão sobre dois casos de tráfico sexual e dois de transporte de pessoas para fins de prostituição. A decisão completa, contudo, continua pendente.
Conspiração de extorsão é o principal ponto de discórdia
A acusação de conspiração de extorsão, considerada a mais grave do processo, carrega uma pena máxima de prisão perpétua. O júri informou que estava dividido de forma irredutível em relação a esse ponto específico, com jurados em ambos os lados do debate mantendo posições firmes e inflexíveis. Mesmo diante desse impasse, o juiz decidiu que ainda é cedo para aceitar um veredito parcial.
Durante a audiência, os advogados de defesa e os promotores concordaram com a decisão de seguir adiante com as discussões, enfatizando a importância de tentar alcançar um veredito unificado em todas as acusações. Assim, as deliberações foram adiadas para a manhã de quarta-feira.
Vereditos já definidos indicam gravidade das acusações
Os vereditos parciais alcançados incluem dois casos de tráfico sexual, acusação que prevê pena mínima obrigatória de 15 anos e máxima de prisão perpétua, e dois casos relacionados ao transporte de mulheres para envolvimento em prostituição, que podem resultar em até 10 anos de prisão. Tais condenações já evidenciam o peso das evidências analisadas pelo júri durante os dois dias de deliberação intensiva.
Essas acusações envolvem alegações de que Diddy teria coordenado o transporte de mulheres e trabalhadoras do sexo entre diferentes estados dos EUA, utilizando recursos logísticos e financeiros para facilitar os deslocamentos. A prática, segundo a promotoria, configuraria um padrão de exploração e abuso com fins sexuais. O impacto das acusações pode ser significativo, tanto no aspecto jurídico quanto na reputação do artista.
Reações no tribunal mostram tensão e preocupação
Após ser informado da situação pelo juiz e por seus advogados, Sean Combs, de 55 anos, apresentou um semblante abatido no tribunal. Em determinado momento, ele leu silenciosamente um bilhete entregue por um de seus advogados, Marc Agnifilo, e permaneceu em silêncio, visivelmente introspectivo.
Quando o júri retornou brevemente à sala para receber novas instruções, Combs permaneceu sentado, imóvel, antes de se levantar para se despedir de seus familiares. Em um gesto recorrente, ele levou a mão ao peito e acenou com um beijo, como tem feito todos os dias no tribunal.
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A tensão se estende fora da corte
A expectativa sobre o desfecho do caso mobiliza a opinião pública e a indústria musical, onde Diddy é uma das figuras mais conhecidas. Embora o artista ainda mantenha apoiadores fiéis, os desdobramentos do julgamento podem impactar permanentemente sua carreira e seus negócios.
Na saída do tribunal, ele ainda teve um momento com sua mãe, trocando palavras de carinho e reafirmando sua força emocional ao dizer: “Te amo” e “Vou ficar bem”. A fala reforça a tentativa de manter a compostura diante de um processo que pode mudar radicalmente os rumos de sua vida.
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