O compromisso da Meta com o setor de óculos inteligentes acaba de atingir um novo patamar. Meta investe na gigante francesa EssilorLuxottica e adquire uma participação significativa. O grupo francês é conhecido por ser dono de marcas icônicas como Ray-Ban e Oakley. A parceria, que começou com o desenvolvimento conjunto de dispositivos vestíveis, agora avança para um investimento direto e estratégico.
Com um aporte de aproximadamente US$ 3,5 bilhões, o equivalente a cerca de 3% das ações da EssilorLuxottica, a Meta reforça sua posição em um mercado que promete crescer rapidamente na próxima década. A iniciativa representa mais do que uma simples transação financeira: é uma aposta clara no futuro da tecnologia vestível com inteligência artificial embarcada.

Uma parceria que começou nos bastidores
A colaboração entre Meta e EssilorLuxottica não é recente. Desde 2021, as duas empresas vêm trabalhando juntas no desenvolvimento de óculos inteligentes, incluindo o modelo Ray-Ban Stories, que une estilo clássico a funcionalidades tecnológicas como câmeras embutidas e assistente de voz com IA.
Em 2024, a parceria ganhou uma nova dimensão com o lançamento de óculos da marca Oakley com tecnologias similares. A evolução natural dessa cooperação culminou na aquisição parcial de ações da fabricante europeia, consolidando a aliança no cenário global da tecnologia vestível.
A visão de Zuckerberg: controle e autonomia
Mark Zuckerberg tem declarado abertamente que vê os óculos inteligentes como peça-chave para o futuro da Meta. A possibilidade de oferecer hardware próprio permite à empresa escapar da dependência de dispositivos fabricados por concorrentes, como smartphones, e criar uma nova forma de distribuição direta ao consumidor.
Com o domínio da cadeia de fabricação e uma rede de distribuição global, fornecida pela EssilorLuxottica, a Meta ganha musculatura para tornar os óculos inteligentes um produto de massa. Para Zuckerberg, o investimento também representa uma forma de antecipar uma nova era digital, na qual as pessoas poderão trabalhar, se comunicar e se divertir por meio de dispositivos vestíveis.
Impactos no mercado e reações dos concorrentes
O anúncio da participação da Meta causou forte repercussão no mercado financeiro. As ações da EssilorLuxottica registraram sua maior alta em três meses na bolsa de Paris, refletindo a confiança dos investidores na estratégia. Já nos Estados Unidos, a concorrente Warby Parker também viu suas ações subirem 4,5% após a divulgação da notícia.
Outras empresas do setor de tecnologia também têm sinalizado interesse no segmento. Google anunciou parceria com a francesa Kering Eyewear, enquanto a chinesa Xiaomi revelou planos de entrar no mercado. Analistas do banco Jefferies afirmam que os óculos inteligentes devem se tornar um produto mainstream nos próximos anos.
Expansão da presença tecnológica da EssilorLuxottica
Para a fabricante europeia, a aproximação com a Meta representa uma entrada mais profunda no universo da tecnologia. Caso os investimentos de longo prazo da gigante americana se concretizem, a EssilorLuxottica poderá se beneficiar de novas oportunidades, consolidando sua liderança como fornecedora global de soluções ópticas e agora digitais.
Segundo analistas da Bernstein, o acordo é também uma demonstração de confiança na fabricante de óculos e no potencial do mercado de dispositivos vestíveis. A previsão da consultoria GrandView Research aponta que o setor deve saltar de US$ 1,93 bilhão em 2024 para US$ 8,26 bilhões até 2030, um crescimento que justifica o movimento estratégico das duas empresas.
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A era dos óculos inteligentes sem realidade aumentada total
Atualmente, a maioria dos modelos de óculos inteligentes lançados no mercado ainda não oferece experiências completas de realidade aumentada (AR). Em vez disso, funcionam como dispositivos híbridos, capazes de exibir informações em tempo real, mas sem alterar a percepção visual do ambiente.
Essa abordagem, também adotada recentemente pela Apple, é vista como uma etapa intermediária até que a AR total se torne viável tecnicamente e financeiramente. Mesmo sem realidade aumentada plena, os óculos com IA já vêm conquistando usuários pela praticidade, conectividade e integração com assistentes virtuais.
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