O Cannes Lions 2025 começou essa semana; confira tudo que rolou nos primeiros dias de festival

IA, propósito de marca, Serena Williams e neurodivergência: o Festival Cannes Lions 2025 mostrou que o futuro da criatividade é humano, urgente e global

O que rolou nos primeiros dias do Cannes Lions 2025

Se você ainda acha que Cannes Lions é “só um festival de publicidade”, tá mais do que na hora de rever isso. O evento virou uma vitrine do que realmente importa quando falamos de futuro criativo, impacto social e tecnologia. E a edição de 2025 provou isso do início ao fim. A seguir, te conto tudo o que rolou no dia 17 de junho — e também os grandes destaques da premiação do dia anterior.

Impacto com Serena Williams e nomes de peso

No painel “Impact Innovators: Building a Healthier World”, Serena Williams dividiu o palco com figuras como Sheila Redzepi (da Bridgewater Associates), Catherine Casey Nanda (do Rise Fund) e a jornalista Tania Bryer. A conversa girou em torno de uma pergunta simples e complexa ao mesmo tempo: como garantir acesso à saúde básica no mundo inteiro?

A resposta passa por mais investimento em soluções escaláveis e, claro, mais responsabilidade por parte de empresas e marcas. Saúde não é luxo, e o painel reforçou isso com dados, cases e experiências pessoais.

Criatividade e inteligência artificial

O painel “AI and the Future of Creativity” do Cannes Lions juntou dois mundos: Mustafa Suleyman, cofundador da DeepMind e hoje na Microsoft AI, e Duo the Owl, o mascote (e inteligência artificial) do Duolingo. O foco foi entender como a IA está mudando a maneira como criamos.

A conclusão? A IA pode ajudar, mas não substitui o toque humano. Ideias autênticas continuam vindo de gente real. A IA entra como ferramenta, não como o cérebro da operação. E isso vale pra todo mundo: da publicidade até a educação.

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Broadway revela seus segredos

Sue Gilad e Larry Rogowsky, produtores de sucessos como Moulin Rouge e The Outsiders, apresentaram o painel “Stage Stories That Ignite Engagement” no Cannes Lions. Eles abriram o jogo sobre o que faz uma história realmente conectar com o público. A resposta: vulnerabilidade, timing e muito ensaio. Não adianta só ter uma boa ideia — tem que emocionar, entreter e entregar algo que as pessoas levem pra vida.

Marcas com propósito em tempos difíceis

Em “A Reckoning for Purpose”, nomes como Richard Edelman, Nikki Haley, Dan Schulman (PayPal) e a jornalista Mishal Husain discutiram o desafio de manter um propósito em um mundo cada vez mais polarizado.

As marcas que tentam agradar a todos acabam não agradando ninguém. E aquelas que se posicionam de verdade precisam estar preparadas para enfrentar críticas. A palavra-chave é coerência — e isso vai muito além de uma campanha bonita.

Marcas chinesas em expansão global

O painel “The Globalisation of Chinese Brands” do Cannes Lions trouxe uma discussão importante: como as marcas chinesas estão conquistando o mundo. Adams Fan, Yang Zhang e Renee Huang compartilharam estratégias reais de internacionalização, com foco em inovação, cultura local e agilidade. A ideia é simples: entender o mercado antes de tentar dominá-lo.

O valor da criatividade duradoura

Marc Pritchard, da P&G, trouxe uma aula no painel “Timeless Creativity: Lessons on Building Lasting Brands”. Em tempos de viral, ele defendeu que o que importa mesmo é a consistência. Marcas que atravessam décadas fazem isso por um motivo: escutam o consumidor, se adaptam e apostam em criatividade que conecta de verdade.

Premiação do dia 16 NO CANNES LIONS: Brasil brilhando

Com mais de 26.900 inscrições, a edição 2025 teve um crescimento impressionante — destaque para os +16% vindos da América Latina e os +18% de agências independentes. A categoria Glass: The Lion for Change cresceu 53%, o que mostra que campanhas com impacto social estão mais relevantes do que nunca.

O Brasil levou um Grand Prix com a campanha One Second Ads, criada pela Africa Creative para a Budweiser. A ideia era simples: anúncios de um segundo usando músicas icônicas. Rápido, direto e memorável. A campanha também garantiu Ouro em Audio & Radio.

Outros destaques:

  • Ouro em Print com Plastic Blood (DM9 para OKA Biotech), usando microplásticos retirados de sangue humano para criar arte 3D.
  • Ouro em Health & Wellness com Nigrum Corpus (Artplan para Idomed), um curta sobre racismo estrutural no sistema de saúde.
  • 6 Leões de Prata para agências como GUT, VML, Grey e DM9.
  • 10 Leões de Bronze para nomes como Le Pub, BETC Havas e VML.

A criatividade precisa incluir todo mundo

Um dos painéis mais potentes do Cannes Lions foi sobre neurodivergência. Com Donna Murphy (Havas), Lola Young e Renee Connolly (Merck), o foco foi mostrar como a Geração Z está repensando o que é “normal”.

Mais da metade dessa geração se identifica como neurodivergente. Isso muda tudo: da forma como trabalhamos até como criamos campanhas. O case da Vanish, que cocriou uma campanha com autistas, foi citado como exemplo real de inclusão que faz sentido — e dá resultado.

Apple defende o toque humano

Eleita Creative Marketer of the Year, a Apple subiu ao palco para reforçar uma ideia que parece básica, mas que muita gente esquece: o diferencial está no humano.

Tor Myhren, VP de marketing da marca, explicou que a Apple aposta cada vez mais em storytelling sensorial, físico e imersivo. IA ajuda, mas não substitui. Em um mundo cada vez mais digital, o que emociona ainda é o que a gente sente de verdade.

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