A grife italiana Prada estaria considerando adquirir a Versace, atualmente pertencente à norte-americana Capri Holdings. A informação foi divulgada pelo diário italiano Il Sole 24 Ore, nesta sexta-feira (10).
Segundo os rumores, o Citi estaria atuando como conselheiro da Prada. Enquanto isso, a Capri Holdings teria contratado o Barclays para explorar potenciais compradores para suas marcas. Tudo indica que a negociação está em fase preliminar e os valores da maison italiana seguem indefinidos. Saiba mais!
A busca por compradores
A Capri Holdings, que também controla as marcas Michael Kors e Jimmy Choo, está avaliando a venda de ativos para focar em um plano de recuperação para sua principal marca, a Michael Kors. No mês passado, a Women’s Wear Daily noticiou que o conglomerado buscava compradores para algumas de suas grifes, incluindo a Versace e a Jimmy Choo.
Essa estratégia foi intensificada após o fracasso da fusão de US$ 8,5 bilhões entre a Capri e a Tapestry, dona da Coach e da Kate Spade. A tentativa de criação de um conglomerado norte-americano de luxo foi interrompida por decisão judicial devido a questões regulatórias.
Desafios para a Versace
A Versace, fundada em 1978 por Gianni Versace, é reconhecida por seu estilo arrojado e extravagante, conquistando celebridades e consumidores globais. No entanto, a marca tem enfrentado desafios financeiros nos últimos anos, o que levou a Capri Holdings a explorar opções para sua venda.
Em novembro, a Capri reportou uma queda maior do que o esperado em suas receitas trimestrais, reflexo de erros de execução nas operações e de um desaquecimento global na demanda por produtos de luxo. A situação foi agravada pela redução nos gastos dos consumidores chineses, historicamente responsáveis por impulsionar o setor.
Apesar dos problemas, a Versace continua a desempenhar um papel central no portfólio da Capri. A grife representa cerca de 20% das vendas totais do grupo, que alcançaram US$ 5,2 bilhões no último ano fiscal. Vale mencionar que a Versace foi adquirida em 2018 por 1,83 bilhão de euros e segue como um ativo no mercado de luxo global.
Prada em ascensão
Por outro lado, a Prada tem se destacado como uma das poucas vencedoras em meio à desaceleração do setor de luxo. As vendas do grupo dispararam no terceiro trimestre do ano passado, impulsionadas principalmente pelo sucesso da marca Miu Miu.
Esse crescimento coloca a Prada em uma posição privilegiada para considerar aquisições estratégicas, como a da Versace. Os representantes da Prada e do Citi se recusaram a comentar o assunto até o momento.
No entanto, analistas mostram cautela em relação à possibilidade do acordo. “Enquanto aguardamos mais elementos, acreditamos que o interesse real da Prada na Versace é improvável”, escreveu Paola Carboni, analista da Equita SIM, em uma nota aos clientes. Ela complementou que a expertise da Prada em couro, poderia ajudar a desenvolver os acessórios da Versace.
Futuro do mercado de luxo
A possível aquisição da Versace pela Prada poderia sinalizar uma nova fase de consolidação no setor de luxo. Grandes conglomerados, como LVMH e Kering, já demonstraram que a diversificação de portfólios pode ser uma estratégia eficaz para enfrentar crises econômicas e conquistar novos mercados. Caso a Prada decida avançar com a compra, a marca terá a oportunidade de expandir sua influência global e reforçar sua presença no competitivo mercado de luxo.
Por outro lado, a venda da Versace pode marcar um ponto de inflexão para a Capri Holdings, que enfrenta o desafio de reestruturar suas operações e focar em marcas que possam oferecer maior rentabilidade a longo prazo. Independentemente do desfecho, o interesse pela Versace reflete a importância contínua de marcas icônicas no panorama da moda internacional.
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