A temporada atual marca um ponto de virada na indústria, unindo estreias históricas, silhuetas renovadas e uma paleta que reposiciona o verão 2025.
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A semana de moda 2025 consolidou um momento raro na indústria: uma temporada marcada por estreias históricas, mudanças de direção e uma revisão profunda dos códigos do luxo. Entre novas lideranças criativas, a retomada de clássicos e experimentações com silhuetas e cores, o período mostrou que o setor vive um ciclo de reconstrução.
Em meio a quase vinte estreias, as passarelas apresentaram leituras renovadas sobre alfaiataria, volumes arquitetônicos, maximalismo e a permanência do jeans como peça estratégica. A semana de moda 2025 também revelou um cenário em que marcas tradicionais respondem a um público que exige frescor, sem abrir mão de identidade.
O que movimentou a semana de moda 2025
A nova geração de diretores criativos
A quantidade de mudanças nas lideranças criativas refletiu diretamente na narrativa da semana de moda 2025. Na Dior, a estreia de um novo diretor criativo encerrou um ciclo longo e abriu espaço para uma visão mais sensível, emocional e menos previsível. O desfile marcou uma ruptura — não como ruptura estética absoluta, mas como reposicionamento estratégico, equilibrando tradição e novas leituras.
Na Chanel, a chegada de Matw Blaze simbolizou um verdadeiro divisor de águas. Após décadas do legado de Karl Lagerfeld e a gestão contínua da sua assistente, a mudança trouxe alívio visual e clareza de conceito. Mais leve, moderna e precisa, a nova Chanel restabeleceu seu lugar como referência de elegância sem nostalgia excessiva.
Nota da redação: A rotatividade de diretores criativos é hoje um indicador do pulso da indústria. Estreias significam expectativas financeiras altas — e cada mudança influencia diretamente o posicionamento global das marcas.
Tendências que definem o verão segundo a semana de moda 2025
Saias, volumes e o retorno do balonê
A narrativa visual da temporada foi marcada por saias com volume concentrado na parte inferior. Plissados, babados, franjas e plumas definiram o novo equilíbrio das silhuetas. O balonê, antes controverso, reapareceu em versões sofisticadas — inclusive na Chanel — reafirmando seu potencial comercial.
Cores protagonistas: azul celeste, amarelo gema e rosa bebê
A semana de moda 2025 reposicionou a paleta do verão. O azul celeste foi onipresente, substituindo o azul klein clássico. Ainda que nem sempre considerado universal, manteve presença nas principais maisons. O amarelo gema surgiu como acento vibrante, enquanto o rosa bebê ganhou força especialmente nos vestidos.
O color blocking também retornou. Combinações de verde, azul, roxo e rosa criaram diálogos diretos com os anos 80. A estética, no entanto, exige precisão: o limite entre moderno e caricatural é tênue.
Maximalismo calculado
Babados com estampas, patchwork, listras e misturas de texturas criaram o novo maximalismo da temporada. Sakai, Valentino e Chloé apresentaram leituras estruturadas e menos caóticas do tema, enquanto outras maisons apostaram em experimentações visuais mais radicais.
Jeans em todo lugar
Um dos consensos da semana de moda 2025 foi a presença do jeans. Mini saias, calças, vestidos e conjuntos trouxeram o material para o centro da discussão. As marcas perceberam a força comercial do denim e investiram em acabamentos mais sofisticados.
Silhuetas em transformação
Alfaiataria desestruturada
A alfaiataria não retornou ao ajuste extremo. As marcas mantiveram cortes mais amplos, ombros marcados e cinturas levemente moldadas. É uma resposta direta ao comportamento pós-pandemia: conforto e elegância não são mais opostos.
O top atualizado
O top voltou ao centro, mas não como sutiã ou biquíni disfarçado. A direção estética é clara: tops estruturados, com alças largas ou faixas coordenadas com saias e calças. As passarelas reforçaram que o look “sutiã + blazer” não se sustenta como proposta editorial.
Novos clássicos: trench coat, listras e drapeados
Trench coat reinterpretado
De versões cropped a modelagens com forros contrastantes, o trench coat surgiu reinventado. Sakai, mais uma vez, dominou o tema ao desconstruir o clássico sem perder elegância.
Listras seguem fortes
As listras permaneceram como tendência no verão 2025. Dolce & Gabbana apostou em um mix entre lingerie e pijama estilizado, unindo sensualidade e descontração.
Drapeados e cortes enviesados
O renascimento do corte enviesado — famoso na era Lanvin — reafirmou a busca por fluidez e movimento. Dior liderou a construção dessa silhueta, trazendo uma sensualidade discreta, mas impactante.
Joalheria como vestuário
A semana de moda 2025 destacou ainda tops, coletes e vestidos construídos a partir de pedrarias e estruturas de bijuteria. Balmain, Mugler e Givenchy apresentaram versões arquitetônicas. A estética ganhou força após a aparição viral de Jenna Ortega com uma peça de pedraria da Givenchy, que posteriormente desfilou na passarela.
As coleções mais desejadas da temporada
Para muitos especialistas, Chanel e Bottega Veneta foram os destaques absolutos. A precisão das camisas colaborativas da Chanel — produzidas por uma maison francesa tradicional — chamou a atenção pela construção impecável. Já a Bottega Veneta apresentou um guarda-roupa completo, funcional e, ao mesmo tempo, sofisticado.
Jean Paul Gaultier também causou impacto ao reinterpretar seus prints corporais icônicos, agora com representações do corpo humano. O efeito visual foi um dos momentos mais comentados da temporada.
A semana de moda 2025 mostrou que a indústria está em plena reconstrução. Entre diretores criativos recém-chegados, cores ousadas, volumes renovados e o retorno de clássicos, o período consolidou tendências que certamente moldarão o verão global. Agora, o desafio é observar como essas propostas chegarão às araras e ao consumo real.
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