A gigante chinesa Bosideng, líder mundial no segmento de casacos e roupas térmicas, anunciou Kim Jones como diretor criativo de sua nova submarca de luxo, Areal. O movimento estratégico reforça o interesse crescente da indústria de moda asiática em atrair nomes consagrados do Ocidente e reposicionar suas marcas no mercado global de alto padrão.
Conhecido por seu trabalho na Louis Vuitton, Dior Men’s e Fendi Womenswear, o designer britânico traz consigo uma bagagem criativa marcada pela fusão entre arte, tecnologia e cultura urbana. Com a chegada de Jones, a Bosideng busca transformar a Areal em uma referência internacional de design técnico e elegância contemporânea, elevando o tradicional casaco de plumas a um novo patamar de sofisticação.

Uma nova visão para o luxo contemporâneo
A Areal nasce como uma marca voltada ao público urbano, com a proposta de redefinir o conceito do casaco de negócios moderno. A missão de Kim Jones é equilibrar o DNA técnico da Bosideng com uma linguagem visual artística e escultural. A coleção inaugural combina linhas limpas, volumes arquitetônicos e materiais de alta performance, resultado de pesquisas avançadas em tecnologia à prova d’água e de vento.
Inspirada nas paisagens naturais da China e na energia de suas grandes metrópoles, a estética da Areal reflete uma visão de luxo silencioso, funcional e voltado à longevidade. Cada peça traduz o compromisso entre conforto e expressão criativa, em sintonia com o estilo que consagrou Jones como um dos nomes mais influentes da moda atual.

Kim Jones e a redefinição do mercado asiático
A escolha de Kim Jones representa um marco na estratégia de internacionalização da Bosideng. A marca, que já domina o mercado chinês, pretende usar o prestígio do designer para consolidar sua presença em cidades como Paris, Londres e Nova York, abrindo caminho para competir diretamente com casas europeias tradicionais.
Durante o evento FT Business of Luxury – Asia Summit, realizado em Hong Kong, Jones comentou sobre o novo momento de sua carreira e a importância da independência criativa. Segundo ele, o futuro do luxo está nas marcas que mantêm autonomia e identidade própria, como Chanel e Hermès. “Estou fascinado pela ideia de independência. É importante ser realista sobre o que as pessoas podem pagar agora”, afirmou o estilista, destacando a necessidade de alinhar o luxo com o contexto econômico atual.

Areal: performance, arte e propósito
O conceito da Areal ultrapassa o território da moda funcional e se aproxima da arte aplicada. A proposta de Jones é criar uma marca que una inovação técnica e valor cultural, um equilíbrio entre forma e função que dialogue tanto com consumidores chineses quanto com o público internacional.
A coleção estreia com casacos estruturados, paletas inspiradas em tons minerais e texturas que evocam natureza e urbanidade. As peças são desenvolvidas com materiais de última geração, refletindo o investimento da Bosideng em design sustentável e tecnologia de ponta. O objetivo é consolidar a Areal como uma alternativa de luxo consciente e global, alinhada aos novos comportamentos de consumo.
O impacto global da nomeação de Kim Jones
A entrada de Jones no comando criativo da Areal é vista como um divisor de águas para a expansão internacional da Bosideng. O estilista traz consigo uma reputação que une sucesso comercial e relevância cultural, atributos essenciais para posicionar a marca entre as novas potências do luxo asiático.
A decisão reforça a tendência de que o eixo criativo da moda está se deslocando gradualmente para o Oriente. A parceria entre Bosideng e Kim Jones simboliza essa transição, demonstrando como as marcas chinesas estão investindo em narrativas de design global, sem abrir mão de suas raízes culturais.
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Um novo capítulo na trajetória de Kim Jones
Após deixar a direção criativa da Dior e da Fendi, Kim Jones vive um momento de reinvenção profissional. Além de seu estúdio independente, o Kim Jones Studio, o designer vem explorando novas formas de criar sem depender de grandes conglomerados. Para ele, o desafio agora é encontrar um equilíbrio entre arte, funcionalidade e acessibilidade, sem perder o contato com o consumidor.
“Não quero afastar o público”, afirmou o estilista, reforçando que o luxo contemporâneo deve ser mais inclusivo e consciente. Com a Areal, Jones encontra um espaço fértil para testar essa visão, transformando a Bosideng em um exemplo de como a moda chinesa pode competir em escala global sem perder autenticidade.
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