Soshi Soshiotsuki, grife do designer japonês Soshi Otsuki, venceu a edição de 2025 do LVMH Prize for Young Designers, recebendo o troféu das mãos da atriz indiana e embaixadora de Louis Vuitton Deepika Padukone. A cerimônia aconteceu na Fondation Louis Vuitton, em Paris, e coroou um ciclo de seleção que reuniu novos talentos de várias partes do mundo em torno do prêmio mais influente para designers emergentes.
Otsuki superou outros sete finalistas e levou para casa o prêmio principal de 400 mil euros, além de um ano de mentoria com especialistas do conglomerado LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton, grupo que detém marcas como Louis Vuitton, Guerlain, Dom Pérignon e Sephora. O reconhecimento valida a maturidade autoral da Soshiotsuki e amplia o alcance internacional da marca.
Prêmios especiais: Karl Lagerfeld e Savoir-Faire
O Karl Lagerfeld Special Jury Prize (segundo lugar) foi para Steve O Smith, entrega apresentada pela atriz e cantora japonesa Anna Sawai, embaixadora da Dior. O prêmio é de 200 mil euros e inclui um ano de aconselhamento cobrindo temas como desenvolvimento sustentável, comunicação, direitos autorais e aspectos jurídicos corporativos, marketing, fabricação e gestão financeira, um pacote pensado para profissionalizar e acelerar o crescimento de marcas autorais.
Já o Savoir-Faire Prize foi anunciado por Camille Cottin e ficou com Torishéju Dumi. Focado na transmissão de savoir-faire e técnicas, o reconhecimento vem acompanhado de 200 mil euros e mentoria por um ano, conectando o vencedor a mestres de ateliê e a cadeias de produção capazes de sustentar escala sem perder a mão artesanal.
Quem decidiu: o júri de 2025
O painel de jurados deste ano contou com a chegada de Sarah Burton, nomeada diretora criativa da Givenchy há um ano, e a participação especial de Deepika Padukone. Somam-se a eles Jonathan Anderson, Nicolas Ghesquière, Marc Jacobs, Stella McCartney, Nigo, Phoebe Philo, Silvia Venturini Fendi e Pharrell Williams, além dos executivos do grupo Delphine Arnault (chairwoman e CEO da Dior), Sidney Toledano (assessor do chairman e CEO Bernard Arnault) e Jean-Paul Claverie (assessor de Arnault e diretor de mecenato da LVMH).
Impedido de estar presencialmente, Marc Jacobs participou de forma remota após comparecer, na véspera, à estreia do documentário “Marc by Sofia”, de Sofia Coppola, no Festival de Veneza. A diversidade de referências no júri, da moda de vanguarda à direção de grandes maisons, reforça o alcance do prêmio e a qualidade dos feedbacks oferecidos aos vencedores.
Por que o LVMH Prize importa
Desde sua criação, o LVMH Prize ajudou a impulsionar carreiras como as de Marine Serre, Nensi Dojaka, Thebe Magugu, Simon Porte Jacquemus e Grace Wales Bonner. Em 2024, a vencedora foi a sueca Ellen Hodakova Larsson, cuja abordagem sustentável conquistou fãs de peso, incluindo Cate Blanchett. Essas trajetórias ilustram como o prêmio funciona como plataforma de visibilidade global, acesso a redes industriais e legitimação criativa.
Mais do que o cheque, o diferencial está no acompanhamento estratégico ao longo de um ano: encontros com especialistas, conexões com fornecedores, suporte jurídico e orientações de marketing. Para uma etiqueta jovem, isso significa reduzir curvas de aprendizado e acelerar passos decisivos: do desenho ao varejo, do atelier à distribuição internacional.
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Próximos passos para Soshiotsuki e para a turma 2025
Para Soshi Otsuki, a vitória deve se traduzir em escala sustentável: consolidar logística, ampliar canais e profissionalizar estruturas sem abrir mão do vocabulário poético e técnico que definiu a Soshiotsuki entre os finalistas. A mentoria pode ajudar a calibrar o ritmo de coleções, abrir portas no atacado global e fortalecer a presença digital da marca.
Já para Steve O Smith e Torishéju Dumi, os prêmios especiais oferecem trajetórias paralelas de crescimento, cada uma com foco distinto, seja na estratégia de negócio e branding, seja no aperfeiçoamento de ofício e cadeia produtiva. No conjunto, os três reconhecimentos de 2025 delineiam um mapa de prioridades para a nova geração: criatividade consistente, responsabilidade produtiva e capacidade de dialogar com a indústria sem perder voz autoral.
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