A estreia do podcast Savage Fashion, apresentado por James Fallon e Alex Badia, trouxe como destaque o estilista Willy Chavarria, logo após seu comentado desfile masculino da primavera 2026 na Paris Fashion Week. Gravado no Four Seasons Hotel George V em Paris, o episódio também explorou o panorama da moda masculina diante das incertezas econômicas, além de novidades do setor e expectativas para o segundo semestre do ano.
Durante a conversa, Fallon e Badia abordaram as dificuldades enfrentadas pela indústria da moda em tempos de instabilidade, enquanto refletiam sobre o impacto cultural e criativo das apresentações mais recentes. Chavarria, por sua vez, compartilhou detalhes sobre o processo criativo de sua nova coleção, marcada por fortes referências políticas e um discurso engajado.
Uma recepção calorosa em solo francês
Willy Chavarria lembrou que seu primeiro desfile em Paris, realizado em janeiro, foi extremamente desafiador. “Foi o mais assustador de todos”, revelou. “Sou americano desfilando em Paris. Os franceses não são exatamente conhecidos pela hospitalidade, mas fui surpreendido pela receptividade e pelo calor da indústria parisiense da moda.”
Ao retornar com sua nova coleção para a temporada primavera 2026, o estilista descreveu a experiência como uma “honra”. Desta vez, ele se sentiu mais confiante e deixou de lado os estereótipos sobre o público francês. O desfile foi amplamente comentado por sua carga política, modelos ajoelharam-se com a cabeça baixa na passarela, como se estivessem prestes a ser deportados em referência a ações do governo dos EUA.
Entre o ativismo e a alegria
Apesar do tom político, Chavarria revelou que sua intenção inicial era transmitir alegria. No entanto, ao trabalhar com uma marca própria, sentiu liberdade para evoluir a narrativa ao longo do tempo. “O mais importante para mim e para minha equipe é mantermos a conexão com o mundo”, afirmou o designer.
Cada decisão no desfile, segundo ele, foi cuidadosamente pensada. Seu objetivo é promover uma abordagem democrática da moda, atingindo o maior número de pessoas possível. Essa visão se reflete em suas colaborações, como a parceria com a Adidas, e em sua capacidade de conectar-se com públicos variados, em diferentes faixas de preço.
Estratégia, colaborações e o universo Willy Chavarria
O episódio do podcast mergulha nos bastidores da construção da marca de Chavarria, incluindo o impacto de sua colaboração com grandes nomes da indústria. A criação de um “universo Willy Chavarria” passa pela coerência estética, pelo ativismo social e pela atenção aos detalhes em cada coleção apresentada.
Outro ponto de destaque foi a presença da família do estilista em Paris pela primeira vez, vivenciando de perto o desfile. Chavarria também comentou como mantém os pés no chão diante da natureza implacável da indústria da moda e sobre o legado que pretende deixar.
Pitti Uomo e as incertezas do mercado global
Alex Badia aproveitou o episódio para relatar suas impressões sobre o Pitti Uomo, evento realizado em Milão na semana anterior. Ele afirmou que o ambiente estava tenso, refletindo dúvidas sobre o segundo semestre e sobre o comportamento do mercado norte-americano, considerado imprevisível. Ainda assim, mostrou-se animado com a descoberta de novas marcas da Holanda, Suécia e Noruega, que vêm conquistando o público da geração Z.
James Fallon também comentou que o Pitti Uomo está “definitivamente de volta”, destacando a força da alfaiataria italiana com silhuetas mais soltas e ternos cruzados. Muitos designers, segundo ele, buscaram inspiração em revistas das décadas de 1980 e 1990.
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Discussões políticas e mudanças no topo da indústria
As preocupações com tarifas comerciais e instabilidades políticas não ficaram restritas a Milão. Segundo Fallon e Badia, esses temas também dominaram as conversas na alta-costura de Paris e devem se manter em evidência durante a próxima temporada de moda em setembro. “A moda vive numa bolha, mas não dá para fugir da realidade!”, observou Badia.
O episódio também destacou outra grande notícia do setor: a possível saída de Anna Wintour do cargo de editora-chefe da Vogue. Apesar da mudança, ela permaneceria como diretora editorial global da Vogue e diretora de conteúdo da Condé Nast.
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