Cannes Lions anuncia novas regras contra fraudes para a edição de 2026

Após uma edição marcada por polêmicas, o Cannes Lions, maior festival de criatividade do mundo, anunciou uma série de mudanças para reforçar a integridade das campanhas inscritas. A partir de 2026, participantes que infringirem as novas diretrizes poderão ser banidos do evento por até três anos.

As mudanças respondem a críticas recentes sobre a veracidade de cases premiados em 2025, envolvendo desde exageros nos dados até a criação de campanhas que não foram veiculadas de fato. Com a atualização das regras, o festival busca preservar a credibilidade do prêmio e a confiança da indústria publicitária global.

Cannes Lions anuncia novas regras contra fraudes para a edição de 2026
Foto: Reprodução

Verificação de dados e uso responsável de IA estão no foco

Um dos pontos centrais da nova política é a verificação de dados utilizados nas campanhas. O Cannes Lions promete mais rigor na checagem de informações, exigindo comprovações detalhadas sobre resultados, alcance e impacto das ações.

Além disso, o uso de inteligência artificial e mídia sintética, como deepfakes e vozes clonadas, passa a ter regras mais claras. As campanhas que fizerem uso dessas tecnologias precisarão declarar de forma transparente seu uso, sob risco de desclassificação caso isso não ocorra.

Medidas incluem banimento e auditoria independente

A punição mais severa prevista nas novas diretrizes é o banimento por até três anos de profissionais ou agências envolvidas em fraudes comprovadas. Casos reincidentes ou de má-fé poderão ser analisados por comitês externos de integridade e resultarem em penalizações adicionais.

A organização também passará a trabalhar com auditorias independentes, especialmente nas categorias mais visadas, como as de impacto social e inovação. A ideia é garantir que os projetos inscritos sejam legítimos, com base em ações reais, mensuráveis e comprováveis.

Festival quer restaurar a confiança da comunidade criativa

Com as novas regras, o Cannes Lions pretende sinalizar um compromisso firme com a ética no setor. A credibilidade do festival ficou abalada após denúncias de campanhas fictícias ou infladas sendo reconhecidas como cases de sucesso.

A resposta agora é criar um ambiente mais seguro e transparente, onde criatividade e impacto andem lado a lado com responsabilidade e veracidade. Para os organizadores, trata-se de preservar o prestígio do Leão de Ouro e o respeito às marcas e profissionais que atuam com integridade.

Veja também: Couro Marrom é o Novo Preto do Inverno 2025.

Impactos na indústria e reflexos no Brasil

As novas normas devem influenciar diretamente o processo de criação e inscrição de campanhas em agências do mundo todo, inclusive no Brasil, um dos países mais premiados do festival. Profissionais e departamentos de compliance precisarão estar mais atentos à documentação e às estratégias de mensuração de resultados.

Essa mudança também reforça uma tendência maior do mercado de comunicação: a busca por métricas reais, ações com lastro e práticas que evitem o greenwashing, o pinkwashing ou outros tipos de maquiagem criativa. A exigência de transparência deve impactar até mesmo a relação com os clientes e patrocinadores.

Se você curte conteúdo sobre moda e lifestyle, acesse o nosso canal do Youtube com a Fabíola Kassin.

VOCÊ TAMBÉM PODE GOSTAR