Só uma joalheria-mestra poderia levar um caleidoscópio de joias para o outro lado do mundo. A Bvlgari acaba de aterrissar em Tóquio com “Bvlgari Kaleidos: Colors, Cultures and Crafts”, uma exposição grandiosa no The National Art Center. Com mais de 350 peças em exibição, o projeto percorre o legado da maison em transformar joias em arte e arte em joias, em sua versão mais ousada e sem pedir desculpas.
Enquanto Van Cleef & Arpels ou Cartier podem sussurrar simbolismo ou contenção, a Bvlgari sempre se destacou em cabochões de grandes proporções, choques de cores destemidos e pedras saturadas que parecem incendiar seus engastes. Em Tóquio, essa linguagem de design característica foi apresentada em escala monumental.

A ciência e a emoção por trás da cor
“O evento em Tóquio oferece uma imersão no universo das cores, examinando seus princípios científicos, significados simbólicos e impacto emocional”, afirmou um porta-voz da Bvlgari à Highsnobiety. “Por meio de uma ampla variedade de joias trabalhadas em gemas, metais, pérolas e outros materiais, a mostra revela como a cor é percebida e transformada pela luz.”
Esse diálogo entre ciência e arte reforça a abordagem da Bvlgari, que sempre buscou transformar conceitos abstratos em experiências visuais exuberantes. A proposta vai além da estética: trata-se de explorar como a cor molda percepções e desperta sensações universais.

Ícones históricos em destaque
Entre as peças mais celebradas da mostra está o colar “Seven Wonders”, de 1961, composto por sete esmeraldas colombianas de um verde intenso. A joia, em platina e diamantes, carrega não apenas sofisticação, mas também a aura das mulheres que a usaram, como Monica Vitti e Gina Lollobrigida. Ao longo das décadas, o colar percorreu exposições da marca, adquirindo uma aura quase lendária.
Esse é apenas um exemplo de como a Bvlgari transforma cada joia em narrativa. Cada peça carrega consigo um pedaço da história da maison e das personalidades que ajudaram a consolidar seu status cultural.

Joias, relógios e narrativas visuais
A atmosfera da exposição alterna entre peças com esmeraldas monumentais, colares sautoir dos anos 1960 cravejados de ametistas e turquesas, até as icônicas joias Serpenti em tons neon. A marca romana também reforça sua presença na relojoaria, com relógios Serpenti pavimentados de diamantes e modelos como o Octo Finissimo, famoso por seu design ultrafino e recordista.
Essa combinação de joias exuberantes e relógios inovadores mostra a versatilidade da Bvlgari em atrair novos públicos, sem perder a essência de opulência e sofisticação.

Arte, arquitetura e experiência sensorial
A Bvlgari já é conhecida por criar experiências que atravessam moda, gastronomia, design e relojoaria. Em “Kaleidos”, porém, o impacto é ampliado graças à cenografia assinada pelo renomado estúdio de arquitetura SANAA e pelo coletivo Formafantasma. A exposição também inclui instalações contemporâneas de artistas como Mariko Mori, Lara Favaretto e Akiko Nakayama.
Com isso, a mostra se transforma em algo além de um simples desfile de joias. É uma imersão no universo Bvlgari, onde arte, cultura e luxo se fundem em uma experiência física e sensorial.
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Exposição Bvlgari Kaleidos: Luxo em escala cultural
Em cartaz até 15 de dezembro, no The National Art Center, em Tóquio, a exposição afirma que o luxo pode ser entendido como linguagem cultural. Joias se transformam em arte, e o excesso de cores se torna não apenas aceitável, mas desejável. O projeto reforça que, no universo da Bvlgari, “mais é mais”, e que o impacto estético pode ser tão poderoso quanto uma obra-prima de museu.
Com isso, a maison reafirma sua posição como uma das grandes contadoras de histórias através da joalheria, capaz de transformar o ato de adornar em uma verdadeira experiência cultural.
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