A plataforma global de leilões JOOPITER dá um novo passo em direção à interseção entre arte contemporânea e expressão corporal com o lançamento de “Inked: Tattoos by Contemporary Artists”, seu primeiro leilão exclusivo de tatuagens. A iniciativa propõe uma reflexão sobre o corpo como espaço de curadoria e coleção artística, transformando a pele em suporte definitivo para obras de arte originais.
O projeto, com curadoria de Sharon Coplan, reúne 16 nomes de destaque das artes visuais, moda e design, incluindo Thom Browne, Marilyn Minter, Jeffrey Gibson, Mickalene Thomas, Peter Marino, Derrick Adams e o falecido Lawrence Weiner. Cada artista criou uma edição limitada de tatuagem original, concebida não apenas como desenho, mas como obra a ser incorporada ao corpo.

A pele como novo território para colecionar arte
A proposta de “Inked” redefine a fronteira entre arte e corpo, convidando colecionadores a se tornarem parte física da obra. Ao contrário das aquisições tradicionais, o gesto de tatuar transforma o ato de colecionar em algo íntimo e irreversível. Essa abordagem reflete uma tendência crescente entre artistas contemporâneos de explorar o corpo como meio de expressão estética e manifesto pessoal.
Cada tatuagem foi concebida como uma obra única, elaborada com o mesmo rigor conceitual aplicado às galerias e museus. Os desenhos traduzem as linguagens individuais de seus criadores, combinando técnica, simbologia e narrativas pessoais. O resultado é uma série de obras que fundem o efêmero e o eterno, questionando a própria definição de arte colecionável.

Um diálogo entre permanência e reprodutibilidade
Um dos destaques do leilão é a reedição de um desenho histórico de Lawrence Weiner, artista conceitual falecido em 2021. Conhecido por trabalhar com linguagem e tipografia como forma de arte, Weiner via a tatuagem como uma extensão natural de sua pesquisa sobre transferência, permanência e materialidade.
O projeto destaca o diálogo entre tatuagem e gravura, dois meios que compartilham o mesmo princípio: a transferência de uma imagem para uma superfície. Essa correlação reforça a ideia de que, mesmo quando fixada na pele, a arte mantém um elemento de reprodutibilidade simbólica. A tatuagem se torna, assim, um ato de inscrição cultural tanto quanto uma marca pessoal.

Curadoria e artistas: uma fusão de universos criativos
A curadoria de Sharon Coplan buscou reunir criadores cuja obra ultrapassa os limites da tela e do objeto. O grupo de artistas convidados reflete a diversidade e a fluidez das linguagens contemporâneas: de nomes consagrados da moda, como Thom Browne, a artistas multimídia como Jeffrey Gibson e Mickalene Thomas, cada proposta amplia a noção de arte como experiência sensorial.
O diálogo entre disciplinas é parte essencial da identidade da JOOPITER, fundada por Pharrell Williams com o propósito de repensar o valor da arte e do colecionismo na era digital. O leilão “Inked” reforça esse ideal ao propor que o colecionador se torne parte viva da obra.

O formato inédito do leilão e sua dimensão global
O leilão acontece entre 22 e 31 de outubro no site oficial da JOOPITER, com lances abertos para compradores do mundo todo. Cada tatuagem será leiloada em edição individual, e um conjunto completo de designs será reservado para doação institucional, garantindo a preservação desse momento na história da arte contemporânea.
Além do caráter colecionável, o evento inaugura um novo modelo de leilão digital voltado para experiências. Mais do que uma venda, trata-se de um manifesto sobre a forma como a arte pode habitar o corpo e o cotidiano. A iniciativa combina exclusividade e impacto cultural, abrindo caminho para futuras colaborações entre artistas visuais e tatuadores conceituais.
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Arte, identidade e o futuro do colecionismo contemporâneo
Com “Inked”, a JOOPITER reafirma seu papel como catalisadora de novas narrativas culturais. A proposta não apenas celebra a tatuagem como arte, mas também questiona os limites entre posse, identidade e expressão. O corpo, antes espectador, se torna suporte e testemunha.
Esse movimento reflete um momento mais amplo na arte contemporânea: a busca por formatos que aproximem o público do processo criativo. A tatuagem, nesse contexto, não é apenas uma marca estética, mas um gesto de pertencimento, uma maneira de tornar a arte literalmente parte da vida. Assim, o leilão “Inked” não só celebra o poder simbólico do corpo, como também redefine o que significa colecionar arte no século XXI.
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