Miuccia Prada mais uma vez se destaca ao direcionar seu olhar curioso para a inteligência artificial, prometendo um desfile único para a Miu Miu no outono de 2024.
A colaboração com a artista belga-americana Cécile B. Evans é uma expressão única de como a moda contemporânea pode se entrelaçar com o mundo da arte. Evans, conhecida por suas explorações visuais, mergulha nas complexidades emocionais diante das estruturas tecnológicas, oferecendo uma perspectiva provocativa e inovadora.
Em uma entrevista exclusiva para a WWD, Miuccia Prada compartilhou a origem da colaboração: “Conheci o trabalho deles quando propuseram uma colaboração relacionada ao Studio d’Orphée de Jean-Luc Godard, na Fondazione Prada, em Milão. São artistas que abordam temas contemporâneos sem transformá-los em manifesto, como o trabalho humano ameaçado pela inteligência artificial.”
O projeto resultou em um fascinante curta-metragem criado por Evans, explorando o universo de uma das últimas tradutoras humanas e uma memória que escapa de sua compreensão. Durante o desfile, o filme será projetado, transformando o local em um palco de convergência entre moda e arte.
Evans destaca temas como a crise de armazenamento e a sobrevivência das memórias, criando um mundo onde máquinas e tradutores humanos coexistem. A atriz e curadora de arte francesa Guslagie Malanda interpreta uma dessas tradutoras, adicionando uma camada de profundidade à experiência.
Miuccia Prada ressalta a importância de colaborações que abordam a realidade contemporânea. A mutualidade no diálogo entre a designer e Evans, que se inicia meses antes do desfile, destaca-se como parte essencial do processo criativo.
Evans destaca a liberdade artística proporcionada por Prada, permitindo experimentação e inovação. A confiança mútua resulta em uma alquimia especial entre moda e arte, uma fusão autêntica que transcende as expectativas comerciais.
Durante o desfile, telas de LED em lustres exibirão o caos das memórias escapando, refletindo a rebelião das memórias em situações desafiadoras. Evans destaca que o trabalho explora a relação entre emoções e estruturas ou sistemas, destacando a incontrolabilidade dos sentimentos na era atual.
Esta não é a primeira vez que Prada integra artistas em seus desfiles, evidenciando seu comprometimento com a inovação e a expressão artística. O encontro entre moda e arte na Miu Miu é mais uma demonstração do papel crucial que a criatividade desempenha no universo fashion.