Pulseira da Meta vai permitir controlar computadores com gestos da mão

A Pulseira da Meta foi anunciada, a marca diz que o acessório será capaz de traduzir intenções em comandos digitais. A proposta? Transformar a forma como interagimos com computadores e smartphones, sem precisar tocá-los. O dispositivo experimental, semelhante a um relógio, lê sinais elétricos dos músculos do antebraço e permite controlar apps e cursos com simples movimentos, ou até pensamentos intencionais.

Com sensores de eletromiografia (EMG), inteligência artificial e muita inovação, a pulseira foi desenvolvida no Reality Labs, braço de pesquisa da Meta. Ao contrário de outras iniciativas que exigem implantes cerebrais invasivos, essa tecnologia é não cirúrgica e já funciona com precisão em milhares de usuários. A ideia é que, no futuro, possamos navegar, digitar e interagir com dispositivos apenas com o movimento (ou intenção de movimento) dos dedos.

Pulseira da Meta vai permitir controlar computadores com gestos da mão
Foto: Meta

Um dispositivo que entende suas intenções

A pulseira da Meta detecta sinais elétricos gerados pelos músculos ao receberem comandos do cérebro. Isso permite que o dispositivo entenda o que o usuário pretende fazer antes mesmo de iniciar o movimento. A tecnologia é tão sensível que reconhece gestos como escrever no ar ou pressionar o polegar contra o indicador, e converte isso em ações como abrir um app ou digitar.

Além disso, com o uso contínuo e treinamento, é possível mover o cursor de um computador apenas ao pensar no gesto correspondente. A IA embarcada aprende com os padrões musculares e se adapta a novos usuários, permitindo uso imediato sem necessidade de calibragens complexas.

Pulseira da Meta vai permitir controlar computadores com gestos da mão
Foto: Meta

Tecnologia de fácil acesso e sem cirurgias

Diferente de empresas como Neuralink ou Synchron, que dependem de implantes cirúrgicos no cérebro ou nas veias, a Meta aposta em uma abordagem mais acessível. A pulseira é colocada externamente no pulso e pode ser usada por qualquer pessoa, inclusive pessoas com deficiências motoras parciais.

Essa simplicidade na adoção é um dos diferenciais mais promissores da iniciativa. Pesquisadores da Carnegie Mellon, por exemplo, já estão testando a pulseira em pacientes com lesões na medula, permitindo que eles utilizem celulares mesmo sem o movimento total dos braços.

Pulseira da Meta vai permitir controlar computadores com gestos da mão
Foto: Meta

A história por trás da inovação

O projeto nasceu da Ctrl Labs, startup fundada por Thomas Reardon, também conhecido por desenvolver o navegador Internet Explorer. A Ctrl Labs foi adquirida pela Meta em 2019 e passou a integrar o Reality Labs, área dedicada a avanços em realidade aumentada, inteligência artificial e interfaces neurais.

Segundo Reardon, o avanço só foi possível graças ao uso de redes neurais profundas, semelhantes às do ChatGPT. A equipe coletou dados de mais de 10 mil voluntários, permitindo à IA aprender padrões comuns de movimento e intenção muscular. Isso viabilizou um dispositivo que pode funcionar mesmo com usuários que nunca o utilizaram antes.

Aplicações futuras e acessibilidade ampliada

Ainda em fase experimental, a pulseira já foi integrada a testes com os óculos inteligentes da Meta. A expectativa é que, nos próximos anos, ela seja incorporada a produtos comerciais, permitindo controlar músicas, tirar fotos, gravar vídeos ou até obter descrições do ambiente com um simples gesto.

A tecnologia também abre caminho para maior inclusão digital. Ao interpretar sinais musculares mesmo em usuários com limitações motoras, a pulseira permite o acesso a dispositivos e comunicação digital de forma autônoma. Segundo especialistas, o nível de sensibilidade é tão elevado que é possível “ouvir” um único neurônio em ação.

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Pulseira da Meta vai permitir controlar computadores com gestos da mão
Foto: Meta

Quando o pensamento vira ação

O conceito de “intenção traduzida” é o que diferencia a pulseira da Meta de outras inovações. Não é preciso executar o movimento, basta planejar internamente que o gesto será reconhecido. Isso cria uma sensação de que o dispositivo “lê a mente”, embora, na prática, ele apenas antecipe os comandos do sistema nervoso.

Com tempo e prática, os usuários aprendem a ativar uma quantidade mínima de fibras musculares, o que possibilita interações precisas e silenciosas. Essa nova forma de controle aponta para um futuro onde o toque poderá ser substituído por pensamento e microgestos, e onde a tecnologia se adapta às intenções humanas, não o contrário.

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