Após uma proibição federal que durou menos de 24 horas, os serviços do TikTok nos Estados Unidos, foram rapidamente restaurados trazendo alívio para milhões de usuários que dependem do aplicativo para entretenimento, negócios e interação social.
O motivo por trás da reviravolta? O presidente eleito Donald Trump anunciou que pretendia suspender a medida por meio de uma ordem executiva em seu primeiro dia no cargo. Ele justificou sua decisão como parte de um esforço para dar mais tempo à ByteDance, a empresa-mãe chinesa do TikTok, para encontrar um comprador aprovado pelo governo antes que a plataforma enfrentasse uma proibição permanente no país, mas trouxe flexibilidade para a aquisição da operação do Tik Tok no país.
A decisão foi compartilhada por Trump em sua conta na Truth Social, após uma manhã em que milhões de usuários americanos acordaram para descobrir que não podiam mais acessar o aplicativo ou os serviços da plataforma. No comunicado de Trump, ele alegou que no dia 20 de Janeiro iria assinar uma nova ordem executiva para restaurar o aplicativo.
A suspensão havia sido uma resposta direta à proibição federal, que colocou a popular plataforma de compartilhamento de vídeos em um impasse político e tecnológico. O governo alegava preocupações de segurança nacional, argumentando que os dados de usuários americanos poderiam estar sendo compartilhados com o governo chinês, uma acusação que a ByteDance negou consistentemente. Mas após o anúncio de Trump, alguns usuários voltaram a ter acesso a rede social novamente, mas com um aviso no aplicativo sobre o possível desligamento.
Além disso, as consequências da proibição temporária foram sentidas por outras empresas. O Google(Android) e a Apple, que hospedam o aplicativo em suas lojas digitais, foram obrigadas a remover o TikTok de suas plataformas para cumprir a lei. O impacto da suspensão também afetou centenas de milhares de contratos entre criadores de conteúdos e marcas que tiveram que ser suspensos. A legislação, aprovada com amplo apoio bipartidário, estipulava penalidades severas para empresas que não respeitassem as determinações. Essa lei foi elaborada como parte de um esforço mais amplo para conter a influência de empresas tecnológicas estrangeiras, especialmente as com sede na China, no mercado americano.
A nova condição imposta pelo governo dos EUA foi clara: uma empresa norte-americana deveria adquirir pelo menos 50% do controle das operações do TikTok no país. A proposta buscava criar uma solução que atendesse às preocupações de segurança nacional e, ao mesmo tempo, permitisse que os usuários americanos continuassem a acessar o aplicativo sem interrupções permanentes. Antes a condição era a venda de 100% da operação, agora com a flexibilização para 50% espera-se que um comprador americano entre em negociação com a empresa chinesa.
Essa disputa não apenas refletiu as tensões econômicas e geopolíticas entre os Estados Unidos e a China, mas também gerou um debate significativo sobre a soberania digital, a liberdade de expressão e o papel das redes sociais na sociedade contemporânea. A importância do TikTok para milhões de pequenos negócios, criadores de conteúdo e usuários comuns destacou o impacto que uma proibição total teria sobre a economia digital e a vida cotidiana.
Enquanto o futuro do TikTok nos Estados Unidos permanece incerto, o episódio ilustra os desafios crescentes enfrentados por governos ao lidarem com a interseção entre tecnologia, segurança nacional e diplomacia global. A batalha em torno do aplicativo também serviu como um lembrete de que, na era digital, decisões políticas podem ter consequências profundas tanto no cenário geopolítico quanto na vida pessoal de bilhões de pessoas.
Entenda a proibição do TikTok nos EUA
A justiça dos Estados Unidos havia dado até o dia 19 de janeiro para a ByteDance vender toda a operação do TikTok para uma empresa americana. Como isso não aconteceu, a plataforma seria totalmente desligada do país, até o anúncio do Trump que ajudaria a empresa chinesa a se manter no país, que assumiu o governo dos Estados Unidos oficialmente no dia 20 de janeiro, um dia após o desligamento da rede social no país.
A decisão de banir o TikTok foi assinada pelo presidente Joe Biden em abril de 2024, após ser aprovada por uma ampla maioria bipartidária no Congresso. Segundo o governo dos EUA, a preocupação central é a segurança nacional, alegando que “o controle do TikTok pela China, por meio da ByteDance, representa uma ameaça grave.” O argumento é que as autoridades chinesas poderiam obrigar a ByteDance, empresa controladora do TikTok, a compartilhar dados dos usuários da plataforma, comprometendo a privacidade dos cidadãos americanos.
Relembre o caso clicando aqui.
TikTok nega ameaças à segurança nacional
A ByteDance e os advogados do TikTok contestam as alegações do governo americano. Segundo a empresa, a administração Biden não conseguiu apresentar provas concretas de que a China já tentou obter dados dos usuários da plataforma. O TikTok tem insistido que investiu em medidas de segurança robustas para garantir a privacidade e proteção de seus usuários nos EUA.
Apesar das incertezas sobre o futuro da plataforma no país, os representantes do TikTok afirmam que estão abertos a negociações com a nova administração Trump para amenizar os impactos mais severos da lei. Contudo, alertam que, caso a plataforma seja banida mesmo que temporariamente, as perdas serão significativas.
Impacto do banimento do TikTok nos Estados Unidos
Se o TikTok for desligado nos EUA, o impacto será sentido de diversas maneiras, tanto para a plataforma quanto para seus usuários:
- Perda de usuários e receita publicitária
- A plataforma estima que pode perder até um terço de seus usuários diários nos EUA caso fique fora do ar por um mês.
- A receita publicitária da empresa também será fortemente impactada, afetando diretamente criadores de conteúdo e negócios que dependem da visibilidade na rede.
- Impacto para criadores de conteúdo e empresas
- Pequenas e médias empresas que utilizam o TikTok como canal de marketing digital podem enfrentar dificuldades para alcançar seu público.
- Criadores de conteúdo influentes perderiam uma fonte importante de renda e engajamento.
- Cenário político e tecnológico
- A proibição do TikTok levanta debates sobre a interferência governamental nas redes sociais e a liberdade de expressão.
- Outros aplicativos chineses também podem enfrentar restrições semelhantes no futuro.
Eleições, trump e TikTok
Trump, que tentou banir a rede social dos Estados Unidos em seu primeiro mandato alegando problemas de segurança nacional, mudou de lado e agora ajudará a empresa chinesa a manter-se no país. Essa mudança de postura do atual Presidente dos EUA pode ser pelo papel que a rede social teve na eleição dos Estados Unidos de 2024. Tanto Trump, quanto Kamala, usaram a rede social para conquistar eleitores jovens, e a estratégia de ambos funcionou, há anos não se via uma participação ativa tão forte de jovens nas eleições dos Estados Unidos quanto na eleição do ano passado
Ainda não foi definido o novo prazo para a empresa vender 50% da sua operação nos Estados Unidos, mas no seu anúncio Trump ameaçou empresas de tecnologia que removessem o TikTok da sua operação antes da ordem executiva oficial que ele assinaria no dia 20 de Janeiro.
Essa ordem executiva deve conter o novo prazo para a empresa chinesa vender suas operações, lembrando que Trump prometeu também um prazo maior.
Compradores interessados
Dois empresários demonstraram interesse em adquirir as operações do TikTok nos Estados Unidos frente às ameaças de banimento. São eles: Kevin O’Leary, conhecido por sua participação no “Shark Tank”, e o Frank McCourt, ex-proprietário do Los Angeles Dodgers.
O’Leary e McCourt estariam buscando proteger a privacidade dos 170 milhões de usuários norte-americanos da plataforma. No entanto, eles afirmam que precisam do apoio do governo, em especial do presidente Donald Trump, para seguirem em frente com o empreendimento.
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